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20/11/2005 - 00h07

São Paulo celebra Dia da Consciência Negra sem museu afro

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GABRIELA MANZINI
da Folha Online
LÍVIA MARRA
Editora de Cotidiano da Folha Online

São Paulo comemora neste domingo seu segundo feriado municipal da Consciência Negra sem o Museu Afro-Brasil, instalado no parque do Ibirapuera (zona sul de São Paulo) e considerado centro de referência da memória negra. Ele foi inaugurado há pouco mais de um ano.

Por meio de uma nota divulgada em seu site, a equipe anuncia que o museu ficará de portas fechadas devido a "impossibilidades administrativas que inviabilizam as ações de seu funcionamento" e aos "310 anos de Zumbi dos Palmares, assassinado por Domingos Jorge Velho".

O museu foi uma das últimas obras inauguradas pela ex-prefeita da São Paulo, Marta Suplicy (PT). Foi também ela quem sancionou uma lei que tornou o dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, um feriado municipal.

Em julho, o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, havia afirmado em nota que o museu foi criado "contrariando o que determina a Constituição Federal" e "sem que fossem garantidos à instituição recursos orçamentários ou quadro de funcionários, necessários à sua continuidade e estabilidade".

No site, o museu informa que é mantido pela Prefeitura de São Paulo, pelo Prodam (Companhia de Processamentos de Dados do Município), pela Imprensa Oficial, pelo Instituto Florestan Fernandes, pelo Ministério da Cultura, pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racional, pela Nestlé e pela Petrobras.

Integrantes do museu disseram à Folha Online que o museu está sem patrocinador desde agosto --quando chegou ao fim o patrocínio que havia recebido da Petrobras--, mas que o problema deverá ser solucionado no próximo mês e que o prefeito José Serra (PSDB) tem se empenhado em resolver o impasse.

Para justificar o fechamento neste domingo, foi alegado luto pela morte de Zumbi e a falta de tempo necessário para inaugurar uma exposição --que deve ficar para o início do próximo ano. Apesar da crise financeira, o museu volta a abrir as portas na terça-feira (22).

Por telefone, a reportagem não conseguiu localizar representantes da Secretaria Municipal de Cultura para comentar o caso.

O dia 20 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de morte de Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares --símbolo de resistência dos escravos africanos que surgiu no começo do século 17, na divisa de Pernambuco e Alagoas. Ele foi destruído por tropas do governo colonial em 1694, após a 18ª tentativa.

Durante o dia, haverá eventos como um megashow no estacionamento da Assembléia Legislativa, às 14h.

Com Folha de S.Paulo

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