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23/11/2005 - 19h42

Família tem esperança de que brasileiro desaparecido esteja vivo

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DANIELA LORETO
da Folha Online

A família de Marcos Luszczynski, 32, desaparecido desde o último dia 7 na montanha de Mont Blanc, entre a França e a Itália, tem esperança de encontrá-lo vivo, afirmou à Folha Online a irmã do brasileiro, Andréa Luszczynski, 28.

"Estamos abalados, mas cremos em Deus e acreditamos que ele será localizado. O Marcos é uma pessoa muito forte, experiente e conhece muito bem o que faz", diz Andréa.

Segundo ela, a família acredita que o brasileiro --que praticava escaladas há 17 anos-- possa estar machucado em algum ponto da montanha, aguardando que a polícia o localize. "Ele não se colocaria em uma situação de risco. Temos muita esperança de localizá-lo com vida".

O brasileiro viajou para a Europa em 23 de outubro, deixando a mulher e o filho de um ano em Curitiba (PR), para participar de uma feira internacional sobre segurança no trabalho em altura --que aconteceu entre os dias 24 e 27 do mês passado. Ele deveria retornar ao Brasil em 11 de novembro.

Escaladas

De acordo com Andréa, além de participar da feira, Luszczynski viajou com a intenção de escalar a montanha Zugspitze -- a mais alta da Alemanha, com 2.962 metros-- e, em seguida, seguir para Chamonix, na França, para escalar o Mont Blanc. "Ele tinha bastante experiência, fazia cursos e estava sempre se especializando".

Segundo ela, o brasileiro já havia escalado o monte Aconcágua, nos Andes argentinos --a montanha mais alta das Américas, com 6.959 metros de altura-- em 1996, ao lado de um amigo.

Arquivo pessoal
O brasileiro Marcos Luszczynski (à frente), desaparecido em Mont Blanc há duas semanas
De acordo com Andréa, o que começou como hobby se transformou em profissão. Praticante de escaladas, Luszczynski passou a trabalhar em uma empresa em Curitiba voltada para a segurança no trabalho em altura nas áreas petroquímica, florestal e de telecomunicações. "Há várias técnicas que são utilizadas no esporte e podem ser adaptadas para o trabalho", explica.

Durante a viagem, o brasileiro telefonou algumas vezes para a mulher, Valéria, e mandou mensagens de e-mail para a família em Curitiba. O último contato de Luszczynski foi feito no dia 4 de novembro, quando ele enviou um e-mail para o colega Marcos Amazonas. "Ele dizia na mensagem que a viagem estava ótima e que logo estaria de volta", diz a irmã.

Trajeto

Andréa conta que no último sábado (19), após oito dias de atraso no retorno do brasileiro, a família decidiu entrar em contato com consulados da região na França, na Itália, na Suíça e Alemanha, para tentar localizá-lo. "É dessa forma que os últimos passos de meu irmão estão sendo rastreados", diz.

De acordo com Andréa, os dados levantados pelas autoridades locais indicam que Luszczynski deixou a Alemanha em 3 de novembro e seguiu para a França sozinho, dando entrada em um hotel em Chamonix --cidade no pé de Mont Blanc--, onde ficou hospedado até o último dia 5.

O último registro da passagem do brasileiro foi feito no dia 7 em um refúgio para alpinistas que fica no trajeto para o cume de Mont Blanc. "Nesse ponto do trajeto, ele já havia escalado 3.800 metros e estava a mil metros do topo da montanha", afirma Andréa.

Buscas

A irmã de Luszczynski diz ainda que, de acordo com a polícia francesa em Chamonix, o brasileiro comprou uma grande quantidade de mantimentos antes de iniciar a escalada de Mont Blanc.

Segundo Andréa, o frio e os ventos de até 150 km/h interferem nas buscas pelo brasileiro na região. "A polícia local está fazendo buscas diárias de helicóptero desde o dia 19, mas o vento e o frio comprometem os trabalhos", afirma. "Hoje, por exemplo, a temperatura foi de 10ºC abaixo de zero no pé da montanha e de 20ºC abaixo de zero no topo".

Andréa afirma que a família não pretende, por enquanto, ir à França, já que estão em contato direto com as autoridades locais. "A polícia e as autoridades estão bastante empenhadas e uma amiga brasileira do Marcos que vive na França também está nos auxiliando", afirma. "Não ajudaria em nada irmos para lá agora", diz.

Segundo ela, a polícia agora segue uma nova pista, divulgada nesta quarta-feira, para localizar o brasileiro. No último dia 12, uma equipe que também esteve na montanha de Mont Blanc passou pelo mesmo refúgio para alpinistas onde Luszczynski deixou seu último registro, no dia 7.

"A polícia francesa está tentando entrar em contato com este grupo para ver se eles encontraram o meu irmão em algum ponto da escalada. É mais uma esperança que temos de encontrá-lo vivo."

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