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09/12/2005
-
15h32
RENATO SANTIAGO
EMILIA BERTOLLI
da Folha Online
Após receber um alerta da Interpol, a Polícia Federal começou a investigar a presença do nazista Alois Brunner no Brasil. Brunner foi condenado à prisão perpétua na França, em 2001, por mandar 340 crianças judias para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo a PF, o alerta da Interpol dizia que o nazista entrou no Brasil nesta semana. A polícia não quis divulgar seu possível paradeiro no país para não prejudicar as investigações.
Nesta sexta-feira, o site do jornal israelense "Haaretz" publicou uma reportagem dizendo que o nazista --que hoje estaria com 95 anos-- mora em Salvador, mas estaria de férias em Lucerna, na Suíça.
A reportagem do jornal israelense entrou em contato com o suspeito na noite de quinta-feira (8), que negou ter ligações com Brunner. Por telefone, o homem disse ter nascido na Suíça no ano de 1939.
Segundo a agência de notícias France Presse, trata-se de um homônimo. A agência afirma que um porta-voz da polícia confirmou o encontro de indícios da passagem de um homem chamado Alois Brunner em Lucerna. Este Brunner, no entanto, tem 66 anos, é cidadão suíço e mora no Brasil.
Trajetória
Segundo o "Haaretz", Brunner teria vivido na Síria durante 40 anos com o nome falso de Georg Fischer, antes de vir para a América do Sul.
Durante a Segunda Guerra, Brunner foi assistente do criminoso nazista Adolf Eichmann, comandante que organizou a deportação dos judeus para os campos de concentração, preso em 1960 por agentes israelenses e condenado à morte em Israel, em 1962.
Logo após o fim da Segundo Guerra, diz o "Haaretz", Brunner escapou da Alemanha e foi para a Síria pelo Egito. Ele tentou entrar na França em 1945, onde é procurado pelas autoridades até hoje. No início da década de 90, começaram a surgir várias informações de que ele teria chegado à América do Sul.
Interpol
As suspeitas sobre a presença de Brunner no Brasil surgiram em maio passado, depois que autoridades francesas disseram que havia indícios de que o nazista estaria vivendo em território brasileiro.
No Brasil, a Interpol é representada pela Polícia Federal.
As únicas pistas do nazista são mutilações. Em 1961, ele perdeu um olho, ao ser atingido por uma carta-bomba quando morava na Síria. Dezenove anos depois, outra carta bomba arrancou três dedos. Os atentados teriam sido realizados pelo Mossad (serviço secreto de Israel).
A Folha Online telefonou para a casa de um homem chamado Alois Brunner, em Salvador. Uma amiga que estava no local afirmou que ele tem cerca de 65 anos, não tem nenhum problema nos olhos e está viajando.
Com "Haaretz"
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Adolf Eichmann
Leia o que já foi publicado sobre Alois Brunner
Leia o que já foi publicado sobre a Segunda Guerra Mundial
PF investiga presença de criminoso nazista no Brasil
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EMILIA BERTOLLI
da Folha Online
Após receber um alerta da Interpol, a Polícia Federal começou a investigar a presença do nazista Alois Brunner no Brasil. Brunner foi condenado à prisão perpétua na França, em 2001, por mandar 340 crianças judias para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo a PF, o alerta da Interpol dizia que o nazista entrou no Brasil nesta semana. A polícia não quis divulgar seu possível paradeiro no país para não prejudicar as investigações.
Nesta sexta-feira, o site do jornal israelense "Haaretz" publicou uma reportagem dizendo que o nazista --que hoje estaria com 95 anos-- mora em Salvador, mas estaria de férias em Lucerna, na Suíça.
AP |
O criminoso nazista Alois Brunner |
Segundo a agência de notícias France Presse, trata-se de um homônimo. A agência afirma que um porta-voz da polícia confirmou o encontro de indícios da passagem de um homem chamado Alois Brunner em Lucerna. Este Brunner, no entanto, tem 66 anos, é cidadão suíço e mora no Brasil.
Trajetória
Segundo o "Haaretz", Brunner teria vivido na Síria durante 40 anos com o nome falso de Georg Fischer, antes de vir para a América do Sul.
Durante a Segunda Guerra, Brunner foi assistente do criminoso nazista Adolf Eichmann, comandante que organizou a deportação dos judeus para os campos de concentração, preso em 1960 por agentes israelenses e condenado à morte em Israel, em 1962.
Logo após o fim da Segundo Guerra, diz o "Haaretz", Brunner escapou da Alemanha e foi para a Síria pelo Egito. Ele tentou entrar na França em 1945, onde é procurado pelas autoridades até hoje. No início da década de 90, começaram a surgir várias informações de que ele teria chegado à América do Sul.
Interpol
As suspeitas sobre a presença de Brunner no Brasil surgiram em maio passado, depois que autoridades francesas disseram que havia indícios de que o nazista estaria vivendo em território brasileiro.
No Brasil, a Interpol é representada pela Polícia Federal.
As únicas pistas do nazista são mutilações. Em 1961, ele perdeu um olho, ao ser atingido por uma carta-bomba quando morava na Síria. Dezenove anos depois, outra carta bomba arrancou três dedos. Os atentados teriam sido realizados pelo Mossad (serviço secreto de Israel).
A Folha Online telefonou para a casa de um homem chamado Alois Brunner, em Salvador. Uma amiga que estava no local afirmou que ele tem cerca de 65 anos, não tem nenhum problema nos olhos e está viajando.
Com "Haaretz"
Especial
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