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08/10/2000 - 03h43

Tarifa de ônibus pode 'explodir' em 2001

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CHICO DE GOIS, da Folha de S.Paulo

Quando Marta Suplicy (PT) ou Paulo Maluf (PPB) sentar na cadeira de prefeito, em janeiro, dois problemas exigirão respostas imediatas _um possível aumento da tarifa de ônibus e o que fazer com a varrição e a coleta de lixo, cujo contrato emergencial vence em novembro deste ano.

Embora não reivindique abertamente um reajuste, a Transurb, entidade que reúne os donos das empresas de ônibus, afirma que é necessário fixar em R¹ 1,46 o preço da tarifa para que o sistema não precise de subsídio.
Atualmente, o passageiro paga R¹ 1,15 para andar de ônibus. Se o aumento for concedido, isso significará um reajuste de 26,9%.

"Nossa primeira opção é a retomada dos passageiros. Mas, se isso não for possível, necessitaremos de um subsídio ou do reajuste da tarifa para manter o serviço", afirmou Antonio Sampaio Amaral Filho, diretor jurídico da Transurb.

Em janeiro de 1997, quando o prefeito Celso Pitta assumiu o cargo, eram transportados 125 milhões de passageiros. Em janeiro deste ano, esse número caiu para 78 milhões _uma redução de 37,6%. Em agosto, houve uma recuperação e o número de passageiros foi de 100 milhões. No mesmo mês, em 1997, eram 141 milhões de pessoas que usavam esse tipo de transporte.

Perueiros

Amaral Filho criticou a prefeitura por, segundo ele, não combater os perueiros clandestinos. No entanto, mesmo relegando o reajuste da tarifa à última opção para manter o sistema funcionando, o diretor da Transurb aponta alguns problemas que precisarão ser enfrentados pelo futuro prefeito (ou prefeita) e que devem redundar no custo do sistema.

"A frota precisa ser renovada, o que não acontece há dois anos", disse ele. "Além disso, os trabalhadores também reivindicarão melhores salários, sem contar o aumento do preço do petróleo, que tem pressionado os custos."

O secretário municipal dos Transportes, Getúlio Hanashiro, afirmou anteontem que a prefeitura não pensa, no momento, em reajustar a tarifa.
"O próximo prefeito terá de tomar uma decisão política _ou reajusta ou volta a conceder subsídio." Para o secretário, "eles (os empresários de ônibus) estão trabalhando no limite".

Decidido a acabar com o subsídio, o prefeito Celso Pitta destinou só R¹ 1 milhão no Orçamento do próximo ano para essa finalidade. Este ano, entre janeiro e abril, foram gastos R¹ 45 milhões.

Hanashiro afirmou que o fim do subsídio foi possível graças "ao combate aos perueiros clandestinos e à adoção de medidas, pelas empresas, que permitiram reduzir custos".

Entre essas medidas estão, por exemplo, um corte na frota. Em agosto do ano passado, segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), a frota média em operação era de 10.001. Em agosto deste ano, foi reduzida a 9.685 ônibus.

Peruas irregulares

Hanashiro também disse que a prefeitura intensificou o combate aos perueiros clandestinos. Segundo o secretário dos Transportes, até o fim deste mês deverá ser concluída a licitação para regularização de 4.042 perueiros.

No entanto, pelos números da SPTrans, em janeiro deste ano foram recolhidas 1.259 peruas irregulares. Em setembro, a apreensão foi de 567.
Hanashiro justificou a diferença afirmando que "caiu o número de apreensões porque já haviam sido retirados muitos dos veículos irregulares".

Lixo

No mês que vem, termina a validade dos contratos emergenciais celebrados com as quatro empreiteiras que cuidam da coleta e varrição de lixo na cidade. Com isso, mais um problema deverá ficar para ser resolvido pela próxima administração.

Isso porque dificilmente a atual gestão conseguirá realizar uma concorrência para escolher as novas empreiteiras que cuidarão do serviço, e um aditamento também pode ser contestado na Justiça porque os atuais contratos são emergenciais.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços e Obras informou que ainda estão sendo discutidas quais possibilidades podem ser adotadas. Diariamente são coletadas cerca de 16 mil toneladas de lixo na cidade.

Desde 1998, a prefeitura vem tentando fazer uma licitação para a coleta e varrição do lixo. No entanto, por causa de irregularidades apontadas pelo TCM (Tribunal de Contas do Município), em agosto o edital foi anulado. A mesma medida já havia sido determinada pelo TCM em dezembro de 1999 e fevereiro deste ano.

Entre as irregularidades, o tribunal destacou "a persistência de vícios de ordem técnica".

Foram citados, como exemplo, a repetição de ruas nas listas de varrição, a falta de justificativas para a quantidade de lixo a ser recolhida e o risco de perder o controle da fiscalização do serviço.

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