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06/01/2006 - 23h18

Família de brasileiro espancado na Austrália tenta antecipar sua volta

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THIAGO REIS
da Agência Folha

A família do estudante Rodrigo Antenor Nunes de Souza, 26 --que foi espancado por jovens australianos na virada do ano em Gold Coast (1.251 km da capital Canberra)--, tenta nesta sexta-feira conseguir um vôo para trazê-lo de volta ao Brasil antes do previsto.

Devido às festas de início de ano e do Carnaval à vista, todos os aviões estão lotados. Seu visto vence em 27 de fevereiro, dia em que estava marcada a volta.

Com fraturas no maxilar, dentes quebrados e sentindo muita dor, o estudante brasileiro ainda sente os reflexos da virada do ano, quando foi espancado por jovens australianos. Quase não fala e tem dificuldade para se virar sozinho, contam os parentes.

A família, de São José (SC), quer que ele realize um tratamento odontológico no Brasil. Segundo o irmão, Volnei Souza Jr., 27, ele já perdeu o curso de inglês que foi fazer lá --pois ficará internado-- e, por isso, não há mais motivo para continuar no local.

O irmão conta que ele foi vítima de um ataque xenófobo. Após o estouro dos fogos, à 1h, um rapaz lhe pediu um cigarro, afirma, e ele negou, em inglês. O rapaz insistiu, e ele novamente disse que não, agora em português.

"Aí o rapaz gritou 'brazilian', e veio gente de tudo quanto é canto para agredi-lo. A namorada e os seus amigos saíram de perto e o perderam de vista", disse o irmão.

De acordo com ele, Rodrigo só foi localizado às 9h, em um hospital a 30 km de sua casa, em uma cidade vizinha.

Teve de passar por uma cirurgia para reconstituir o maxilar. Mas, à família, diz que não está sendo medicado corretamente.

Aluno de Ciências Contábeis da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Rodrigo decidiu trancar a matrícula e ir à Austrália estudar inglês. Escolheu Gold Coast pelas ondas --é surfista--, mas logo que chegou arranjou emprego, como entregador de pizza.

O irmão diz que ele nunca havia comentado nada sobre xenofobia no país. A namorada, nascida em Taiwan, também está na cidade e não fora alvo das agressões.

"Não vamos processar o país, mas estamos dispostos a ajudar caso haja uma mobilização para que isso [aversão ao estrangeiro] tenha um fim", diz Volnei.

Em dezembro, 5.000 jovens --vários enrolados em bandeiras australianas e cantando músicas de cunho racista contra árabes-- invadiram uma praia e atacaram um grupo em Sydney.

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