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09/10/2000 - 17h29

Promotor deve pedir novos depoimentos sobre acidente da CPTM

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O promotor criminal Airton Negrão deve solicitar que o delegado Edvaldo Faria, do 46º Distrito Policial (Perus), na região noroeste de São Paulo, convoque novos depoimentos no inquérito policial sobre o acidente com dois trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que matou nove pessoas em julho.

Negrão quer que sejam ouvidas pessoas de áreas técnicas da CPTM, principalmente do setor de Operação, para que sejam "delimitadas responsabilidades." "Acredito que o inquérito possa se estender mais", afirmou.

Laudo do IC (Instituto de Criminalísitica do Estado de São Paulo) responsabilizou a área operacional da CPTM pelo acidente, principalmente por não serem disponibilizados calços nas composições até a data da tragédia e pela ausência de orientação aos maquinistas para que calçassem seus trens.

"Talvez, dependendo do teor destas diligências, poderemos pedir socorro dos peritos para esclarecimentos", acrescentou o promotor.

O delegado pretendia encerrar o inquérito nesta semana. Hoje de manhã ele disse que pretende indiciar um diretor da área de Operações da companhia responsável pela linha onde ocorreu o acidente (Brás-Francisco Morato), mas disse não saber o nome desta pessoa.

Faria disse que enviaria ofício à CPTM para saber o nome do responsável.

A CPTM disse que ainda não recebeu o ofício e que não poderia fornecer os nomes dos profissionais da área de Operações.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo o diretor de operações da CPTM é João Roberto Zaniboni. Na época do acidente, o superintendente de operações, Zilmar Roberto Ferreira da Silva, estava de férias. Em seu lugar estava Nilton Herculin, que também acumulava o cargo de gerente de operações.

Herculin foi um dos responsável por sindicância interna da CPTM que apontou o maquinista de um dos trens, Osvaldo Pierucci, como provável responsável pelo acidente.

Para o diretor do sindicato, José Botelho, o presidente da CPTM, Oliver Salles de Lima, e até o secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, têm de ser indiciados.

Botelho diz que há seis meses procurou Salles de Lima pedindo a normatização das tarefas dos maquinistas. Foi atendido por Zaniboni, mas disse que nada foi feito.

Segundo Botelho, os calços de madeira feitos após o acidente não têm parecer técnico "de que são os adequados." "Eu alerto para que a empresa determine um órgão técnico para saber qual é o calço adequado. A madeira não adere muito ao trilho", disse.

A assessoria de imprensa da CPTM e de Senna Frederico foram procuradas mas ainda não retornaram as ligações da reportagem.

Clique aqui para ler mais notícias sobre o acidente em Perus

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