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20/01/2006
-
09h06
RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo
Depois de silenciar por três dias, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, atribuiu ontem a uma falha pontual da segurança o fato de cinco integrantes da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) terem sido encontrados ocupando a mesma cela na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes após a tentativa frustrada de resgate no último dia 9. Essa cela e outras seis estavam com as grades serradas.
Ele negou que os presos tivessem privilégios ou que a direção do presídio tenha permitido que os líderes do PCC ficassem juntos.
Segundo o secretário, na noite do dia 8, detentos da P1 de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo) trocaram de celas. A falha manteve na mesma cela Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC, além de Julio Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, José Carlos Rabelo, o Pateta, David Stockel Ulhoa Maluf, o Magaiver, e Roberto Soriano, o Betinho Tiriça.
"Não se permitiu a concentração de pessoas mais perigosas. O que aconteceu foi que, na noite anterior à tentativa de resgate, os presos conseguiram burlar a vigilância e trocaram de cela", afirmou Furukawa. Ele disse que a troca ocorreu sem que os funcionários percebessem. Uma sindicância vai apurar o ocorrido.
"Assim como a entrada de serras foi uma falha, houve falha nessa troca de cela. É indiscutível." A investigação vai checar se houve negligência ou facilitação de funcionários da penitenciária.
Desde a tentativa de resgate, a assessoria da secretaria só se pronunciou por notas. Desde que voltou de férias, na segunda-feira, Furukawa recusou todos os pedidos de entrevista.
Ontem de manhã, questionado por jornalistas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o secretário trataria do assunto. Às 16h30, a assessoria voltou a dizer que o secretário não se pronunciaria. Foi depois disso que Furukawa decidiu dar entrevista. Ele negou, no entanto, interferência de Alckmin em sua decisão.
"Não tive tempo de falar nem era o momento [para se pronunciar]. O momento de falar é depois da ação tomada." A ação a que se referiu o secretário foi a transferência dos presos.
Assim que for concluída a investigação sobre a tentativa de resgate, a Secretaria da Administração Penitenciária deve pedir a transferência dos líderes do PCC para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), o mais rígido existente no sistema prisional. Anteontem, a Justiça rejeitou pedido semelhante feito pelo Ministério Público. Segundo o juiz Carlos Fonseca Monnerat, da Vara de Execuções Criminais, não há provas de que Marcola era alvo da tentativa frustrada de resgate.
Furukawa confirmou que Marcola foi transferido para Avaré (262 km de São Paulo), mas não quis dizer se os demais líderes do PCC estão na mesma unidade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre resgates de presos
Leia o que já foi publicado sobre o PCC
Falha reuniu líderes do PCC na mesma cela, diz secretário
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da Folha de S.Paulo
Depois de silenciar por três dias, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, atribuiu ontem a uma falha pontual da segurança o fato de cinco integrantes da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) terem sido encontrados ocupando a mesma cela na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes após a tentativa frustrada de resgate no último dia 9. Essa cela e outras seis estavam com as grades serradas.
Ele negou que os presos tivessem privilégios ou que a direção do presídio tenha permitido que os líderes do PCC ficassem juntos.
Segundo o secretário, na noite do dia 8, detentos da P1 de Presidente Bernardes (589 km de São Paulo) trocaram de celas. A falha manteve na mesma cela Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC, além de Julio Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, José Carlos Rabelo, o Pateta, David Stockel Ulhoa Maluf, o Magaiver, e Roberto Soriano, o Betinho Tiriça.
"Não se permitiu a concentração de pessoas mais perigosas. O que aconteceu foi que, na noite anterior à tentativa de resgate, os presos conseguiram burlar a vigilância e trocaram de cela", afirmou Furukawa. Ele disse que a troca ocorreu sem que os funcionários percebessem. Uma sindicância vai apurar o ocorrido.
"Assim como a entrada de serras foi uma falha, houve falha nessa troca de cela. É indiscutível." A investigação vai checar se houve negligência ou facilitação de funcionários da penitenciária.
Desde a tentativa de resgate, a assessoria da secretaria só se pronunciou por notas. Desde que voltou de férias, na segunda-feira, Furukawa recusou todos os pedidos de entrevista.
Ontem de manhã, questionado por jornalistas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o secretário trataria do assunto. Às 16h30, a assessoria voltou a dizer que o secretário não se pronunciaria. Foi depois disso que Furukawa decidiu dar entrevista. Ele negou, no entanto, interferência de Alckmin em sua decisão.
"Não tive tempo de falar nem era o momento [para se pronunciar]. O momento de falar é depois da ação tomada." A ação a que se referiu o secretário foi a transferência dos presos.
Assim que for concluída a investigação sobre a tentativa de resgate, a Secretaria da Administração Penitenciária deve pedir a transferência dos líderes do PCC para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), o mais rígido existente no sistema prisional. Anteontem, a Justiça rejeitou pedido semelhante feito pelo Ministério Público. Segundo o juiz Carlos Fonseca Monnerat, da Vara de Execuções Criminais, não há provas de que Marcola era alvo da tentativa frustrada de resgate.
Furukawa confirmou que Marcola foi transferido para Avaré (262 km de São Paulo), mas não quis dizer se os demais líderes do PCC estão na mesma unidade.
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