Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/01/2006 - 22h09

Ex-namorado diz que mãe de bebê abandonado era prostituta

Publicidade

THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A Polícia Civil de Minas Gerais começou a ouvir pessoas que conhecem a vendedora Simone Cassiano da Silva, 28, suspeita de jogar a filha de dois meses na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Um ex-namorado disse que ela é prostituta e tentou matá-lo por três vezes.

O cabo reformado da Polícia Militar José Rezende Filho, 55, disse ter conhecido Silva em 2001 e que namoraram por dois anos. Afirmou que ela tentou matá-lo por três vezes, com um revólver dele e com uma faca. Em uma das tentativas, ele disse ter tido dentes quebrados pela vendedora.

O ex-PM afirmou em depoimento que Silva é prostituta e transmitiu a ele três doenças venéreas. "Ele a descreveu como uma mulher violenta, desequilibrada e capaz de qualquer coisa", disse o delegado Hélcio Sá.

O delegado disse que as afirmações do ex-PM serão checadas, mas são importantes pois descrevem um perfil psicológico que a polícia desconhecia.

Uma testemunha do caso também foi ouvida mas não teve a identidade divulgada.

O atual namorado de Silva, um advogado que pediu para não ter o nome revelado, prestou depoimento na noite de anteontem. Disse que não sabia da gravidez da vendedora, com quem morava desde agosto.

O advogado afirmou que a namorada estava calma no sábado, dia em que o bebê foi jogado na lagoa e resgatado com vida por pessoas que passavam pelo local. À polícia, a vendedora disse que estava muito agitada e nervosa por ter deixado o bebê com uma moradora de rua.

O namorado de Silva também disse não acreditar ser o pai da criança. Ele se submeteu ontem a um exame de DNA e afirmou que, se for o pai, irá pedir a guarda da menina. Os avós maternos da criança deram entrada com pedido de guarda na Justiça.

Segundo o Juizado da Infância e Juventude de Belo Horizonte, a preferência para adoção é dos familiares da criança. Um estudo psicossocial da família será feito para definir quem tem condições de assumir a guarda.

A juíza substituta Neuza Maria Guido determinou ontem o registro provisório da criança, que receberá o nome de Letícia Maria Cassiano. O nome poderá ser alterado por quem ficar com a guarda da menina.

O juizado informou que várias pessoas --inclusive famosos e estrangeiros-- entraram em contato se candidatando à guarda da criança. Contudo apenas pais cadastrados, que já tenham passado por um estudo com as assistentes sociais e psicólogas do juizado, podem entrar na fila.

A criança, que foi transferida para um abrigo, passa bem, segundo a assistente social Maria Virgínia Hildefonso. "Ela está calma, tranqüila e não apresenta sinais de transtorno", disse.

A mãe da menina está presa na penitenciária de mulheres Estevão Pinto, na zona leste de Belo Horizonte. No domingo, quando foi presa em flagrante em frente à casa do namorado, ela foi indiciada sob suspeita de tentativa de homicídio. A pena para esse tipo de crime, sem contar os agravantes, pode ir até 14 anos de prisão. O advogado da acusada não foi localizado pela reportagem.

Leia mais
  • Homem poderá assumir paternidade de bebê achado boiando em lagoa

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre bebês abandonados
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página