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09/02/2006 - 09h38

Corregedoria vai investigar caso de guarda que ajudou menino a se drogar

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FABIO SCHIVARTCHE
LUCAS NEVES
da Folha de S.Paulo

A Coordenadoria de Segurança Pública da prefeitura paulistana divulgou nota na noite de ontem na qual diz que vai investigar o caso relatado pela Folha, de um guarda civil metropolitano que ajudou adolescentes a se drogar no meio da rua.

O coordenador de segurança urbana do município, coronel Alberto Silveira Rodrigues, solicitou o envio das fotos para que "a Corregedoria da GCM iniciasse com rapidez a apuração e a identificação do guarda que se envolveu nesse lamentável episódio".

"Vamos punir os possíveis responsáveis", disse Rodrigues, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Governo, responsável pelo departamento de comunicação da guarda metropolitana.

Segundo o advogado criminalista Luiz Flávio Gomes, caso o guarda seja identificado, ele poderá ser enquadrado no crime de colaboração e incentivo ao uso de drogas --e ser condenado a até 15 anos de reclusão.

O flagrante ocorre num momento em que a GCM se responsabiliza por uma central de câmeras de vídeo que estão sendo instaladas no centro da cidade. O objetivo é vigiar --de dia e de noite-- os locais de maiores incidências criminais na região. As 35 câmeras, quando instaladas, vão monitorar ao todo 93 ruas.

A droga

A Folha consultou especialistas em drogas para comentar a ação do guarda-civil.

O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que a cola de sapateiro é muito utilizada por adolescentes drogados por causa do preço baixo e de sua fácil aquisição.

"Esse tipo de cola pode até ser inflamável, mas a combustão não é tão rápida. Então pode ser que o guarda estivesse derretendo o material para facilitar a inalação do garoto. Mas esquentar a cola não é tão comum", afirmou ele, baseado nas informações trazidas pela Folha.

Ainda na tarde de ontem a reportagem flagrou outros garotos do mesmo grupo, na mesma região, inalando produto semelhante em garrafas plásticas. "Crack não é, porque a aparência e o modo de consumir são diferentes. O mais provável é que seja cola mesmo", diz Laranjeira.

Segundo o psiquiatra titular do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Unifesp, Dartiu Xavier, alguns tipos de cola podem se solidificar, por causa de sua composição. Nesse caso, os usuários a aquecem quando querem acelerar a liberação do gás que inalam.

Para André Malbergier, do Grupo de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, que viu por e-mail as fotos, é difícil identificar a substância. "Pode ser cola, mas está amarelada e pastosa demais", diz.

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