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20/02/2006
-
23h44
da Agência Folha
O fechamento do cinema Olímpia, aos 94 anos, em Belém (PA), está mobilizando a sociedade civil e alguns políticos paraenses em busca de alternativas para reabrir o espaço e torná-lo comercialmente viável. O Grupo Severiano Ribeiro é o atual responsável pelo cinema, tido como o mais antigo ainda em funcionamento.
A última sessão no Olímpia foi às 22h40 de quinta-feira, quando exibiu o filme "Syriana: A Indústria do Petróleo". Todos os 448 lugares foram ocupados. Algumas pessoas usaram roupas de gala na exibição, uma forma de fazer referência à época em que foi inaugurado --abril de 1912-- e de protestar contra o fim das atividades.
Na terça-feira (21), representantes de associações de cinema e cultura do Estado devem se reunir com o prefeito de Belém, Dulciomar Costa (PTB), para tentar definir uma proposta de convênio com gestão compartilhada entre o poder público e entidades civis.
"Fizemos um manifesto propositivo ao governo municipal para que o local se tornasse o Centro Cultural Cinema Olímpia, atendendo à lei de audiovisual. O modelo de cinema de rua está em crise, e é muito difícil manter esse tipo de sala sem participação", disse o presidente da ABD e C (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas), Januário Guedes.
"O prédio do Olímpia é simbólico, representa a resistência cultural. Já foi modificado, mas depois houve tombamento [municipal] como bem material", afirmou Guedes.
Na quinta-feira (16), o deputado Pio Netto (PTB) protocolou um requerimento para que o projeto de lei nº 65/2000, que tomba o Olímpia como patrimônio cultural do Pará, seja incluído na pauta das sessões deliberativas da Casa, iniciadas na terça. "Acredito que possamos evitar esse desastre cultural votando a matéria."
Em nota oficial, o Grupo Severiano Ribeiro informou que "está procurando parceiros da iniciativa privada ou pública para transformá-lo [o Olímpia] em um centro cultural". O grupo afirmou não ter nenhuma intenção em repassar o local para igrejas, como aconteceu já com outras salas.
Segundo Luiz Severiano Ribeiro Neto, diretor da empresa, o objetivo é conservar o local, mas ao mesmo tempo torná-lo economicamente viável.
"Há anos mantemos o Olímpia aberto, mesmo tendo pouco público. É um patrimônio da cidade que queremos preservar. Hoje em dia, o público prefere cinemas mais modernos, com formato stadium estilo arquibancada e telas gigantes."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre cinemas
Cinema mais antigo do país fecha em Belém
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O fechamento do cinema Olímpia, aos 94 anos, em Belém (PA), está mobilizando a sociedade civil e alguns políticos paraenses em busca de alternativas para reabrir o espaço e torná-lo comercialmente viável. O Grupo Severiano Ribeiro é o atual responsável pelo cinema, tido como o mais antigo ainda em funcionamento.
A última sessão no Olímpia foi às 22h40 de quinta-feira, quando exibiu o filme "Syriana: A Indústria do Petróleo". Todos os 448 lugares foram ocupados. Algumas pessoas usaram roupas de gala na exibição, uma forma de fazer referência à época em que foi inaugurado --abril de 1912-- e de protestar contra o fim das atividades.
Na terça-feira (21), representantes de associações de cinema e cultura do Estado devem se reunir com o prefeito de Belém, Dulciomar Costa (PTB), para tentar definir uma proposta de convênio com gestão compartilhada entre o poder público e entidades civis.
"Fizemos um manifesto propositivo ao governo municipal para que o local se tornasse o Centro Cultural Cinema Olímpia, atendendo à lei de audiovisual. O modelo de cinema de rua está em crise, e é muito difícil manter esse tipo de sala sem participação", disse o presidente da ABD e C (Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas), Januário Guedes.
"O prédio do Olímpia é simbólico, representa a resistência cultural. Já foi modificado, mas depois houve tombamento [municipal] como bem material", afirmou Guedes.
Na quinta-feira (16), o deputado Pio Netto (PTB) protocolou um requerimento para que o projeto de lei nº 65/2000, que tomba o Olímpia como patrimônio cultural do Pará, seja incluído na pauta das sessões deliberativas da Casa, iniciadas na terça. "Acredito que possamos evitar esse desastre cultural votando a matéria."
Em nota oficial, o Grupo Severiano Ribeiro informou que "está procurando parceiros da iniciativa privada ou pública para transformá-lo [o Olímpia] em um centro cultural". O grupo afirmou não ter nenhuma intenção em repassar o local para igrejas, como aconteceu já com outras salas.
Segundo Luiz Severiano Ribeiro Neto, diretor da empresa, o objetivo é conservar o local, mas ao mesmo tempo torná-lo economicamente viável.
"Há anos mantemos o Olímpia aberto, mesmo tendo pouco público. É um patrimônio da cidade que queremos preservar. Hoje em dia, o público prefere cinemas mais modernos, com formato stadium estilo arquibancada e telas gigantes."
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