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02/03/2006
-
10h18
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Washington
O governo norte-americano criticou na quarta-feira (1º) o Brasil por sua atuação contra a lavagem de dinheiro. Segundo os Estados Unidos, apenas 2,5% das atividades financeiras consideradas suspeitas são na prática investigadas pelas autoridades competentes no país.
A Casa Branca também voltou a incluir o Brasil na lista dos 20 principais países que servem como rota ou são grandes produtores de narcóticos, elogiando, porém, a ação da Polícia Federal no combate ao tráfico internacional.
Divulgado ontem, o Relatório de Estratégia de Controle Internacional de Narcóticos é elaborado pelo Departamento de Estado e enviado anualmente ao Congresso. No documento, o governo dos EUA diz que a polícia brasileira carece de autorização para usar métodos mais modernos de combate ao crime, como operações disfarçadas, entregas controladas e outras iniciativas não abrangidas na legislação.
A Lei do Abate, criada para permitir que a Força Aérea possa alvejar aviões suspeitos, trouxe dois resultados indesejados, na avaliação dos EUA: o tráfico passou a usar rotas terrestres, partindo do Paraguai, e apenas os vôos mais longos foram suspensos.
Segundo o relatório, o Brasil serve de rota da droga produzida no Peru, na Bolívia e na Colômbia para mercados na Europa, Oriente Médio e África, onde um número cada vez maior de "mulas" --pessoas que transportam cocaína-- são detidas em portos e aeroportos ao chegar do Brasil.
Sistema financeiro
Na letra da lei americana, citar um país na lista dos principais para a lavagem de dinheiro no mundo, como é o caso brasileiro, significa dizer que as instituições financeiras estão engajadas em transações monetárias envolvendo quantidades significativas do tráfico internacional de drogas".
O relatório, no entanto, não apresenta provas ou evidências. O governo brasileiro sempre assegurou que o grosso dos lucros dos traficantes é revertido em bens como imóveis, aeronaves, embarcações, automóveis, jóias etc.
Outro fator que também comprometeu a avaliação do Brasil foi o uso de bancos na lavagem de dinheiro do escândalo do mensalão, revelado no ano passado pela Folha.
Outro lado
O coordenador-geral de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Anísio Soares Vieira, ressaltou o "esforço" da PF para criar os mecanismos legais que, afirma, permitem investigações mais ágeis sobre atividades financeiras. Ele disse que os criminosos usam o Brasil em busca de acesso à Europa e África. "Ocupamos a metade do território sul-americano. É natural que traficantes nos países andinos tentem usar o território brasileiro."
O coordenador de Operações Especiais de Fronteiras da PF, delegado Mauro Sposito, afirmou que o governo tem como meta, desde 2000, retirar o Brasil da condição de país de trânsito de droga até 2010.
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da Folha de S.Paulo, em Washington
O governo norte-americano criticou na quarta-feira (1º) o Brasil por sua atuação contra a lavagem de dinheiro. Segundo os Estados Unidos, apenas 2,5% das atividades financeiras consideradas suspeitas são na prática investigadas pelas autoridades competentes no país.
A Casa Branca também voltou a incluir o Brasil na lista dos 20 principais países que servem como rota ou são grandes produtores de narcóticos, elogiando, porém, a ação da Polícia Federal no combate ao tráfico internacional.
Divulgado ontem, o Relatório de Estratégia de Controle Internacional de Narcóticos é elaborado pelo Departamento de Estado e enviado anualmente ao Congresso. No documento, o governo dos EUA diz que a polícia brasileira carece de autorização para usar métodos mais modernos de combate ao crime, como operações disfarçadas, entregas controladas e outras iniciativas não abrangidas na legislação.
A Lei do Abate, criada para permitir que a Força Aérea possa alvejar aviões suspeitos, trouxe dois resultados indesejados, na avaliação dos EUA: o tráfico passou a usar rotas terrestres, partindo do Paraguai, e apenas os vôos mais longos foram suspensos.
Segundo o relatório, o Brasil serve de rota da droga produzida no Peru, na Bolívia e na Colômbia para mercados na Europa, Oriente Médio e África, onde um número cada vez maior de "mulas" --pessoas que transportam cocaína-- são detidas em portos e aeroportos ao chegar do Brasil.
Sistema financeiro
Na letra da lei americana, citar um país na lista dos principais para a lavagem de dinheiro no mundo, como é o caso brasileiro, significa dizer que as instituições financeiras estão engajadas em transações monetárias envolvendo quantidades significativas do tráfico internacional de drogas".
O relatório, no entanto, não apresenta provas ou evidências. O governo brasileiro sempre assegurou que o grosso dos lucros dos traficantes é revertido em bens como imóveis, aeronaves, embarcações, automóveis, jóias etc.
Outro fator que também comprometeu a avaliação do Brasil foi o uso de bancos na lavagem de dinheiro do escândalo do mensalão, revelado no ano passado pela Folha.
Outro lado
O coordenador-geral de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Anísio Soares Vieira, ressaltou o "esforço" da PF para criar os mecanismos legais que, afirma, permitem investigações mais ágeis sobre atividades financeiras. Ele disse que os criminosos usam o Brasil em busca de acesso à Europa e África. "Ocupamos a metade do território sul-americano. É natural que traficantes nos países andinos tentem usar o território brasileiro."
O coordenador de Operações Especiais de Fronteiras da PF, delegado Mauro Sposito, afirmou que o governo tem como meta, desde 2000, retirar o Brasil da condição de país de trânsito de droga até 2010.
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