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14/03/2006 - 22h36

Entidade promove protesto contra a farra do boi

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THIAGO REIS
da Agência Folha

A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, pela sigla inglesa) realiza nesta quarta-feira um ato contra a "Farra do Boi" em 14 cidades do país.

Na festa, que ainda ocorre em Santa Catarina, o boi é solto no meio de uma multidão, que tenta, usando paus, chicotes e objetos cortantes, vencer o animal pelo cansaço ou feri-lo mortalmente.

O festival foi proibido por decisão do Supremo Tribunal Federal em junho de 97, mas continua sendo praticado abertamente. No fim de semana, houve flagrantes em Navegantes e Bombinhas. Na Semana Santa, há um aumento dos registros.

As entidades que conseguiram a proibição por meio de ação civil pública entraram com um pedido de execução de multa --estipulada em R$ 500 por dia de descumprimento. O valor ultrapassa R$ 1 milhão.

Devido a declarações públicas no Estado, quatro ONGs também devem entrar nesta semana com representações contra o governador, Luiz Henrique (PMDB), e o diretor de marketing da Santur --o órgão oficial de turismo--, Valdir Walendowsky.

Luiz Henrique declarou a uma TV local que é preciso "respeitar a raiz cultural desse evento" e que "a polícia tomaria uma decisão de observação". Já Walendowsky disse que "a história não pode se perder e quem lida com turismo sabe".

"O que estamos vendo é uma desobediência civil, um péssimo exemplo para o país em termos de civilidade", afirma Elizabeth Mac Gregor, da WSPA. Segundo ela, a polícia "se esconde e não age". "É uma escória bêbada que persegue os animais ensandecida."

A estimativa é que ao menos mil pessoas participem do ato. Em Brasília, haverá protesto em frente ao STF. Participam ainda da manifestação Salvador (BA), Recife (PE), Santa Maria (RS), São Paulo, Ribeirão Preto, Jundiaí e São Caetano (SP), Curitiba (PR), Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ).

Em Santa Catarina, a mobilização acontece em Florianópolis, Blumenau e Itajaí. Serão colocados outdoors e cartazes nos locais, e um jingle tocará nas rádios.

Mesmo depois de vetada, a farra provocou mortes. Em 2003 e em 2004, dois jovens morreram, em Barra do Sul e em Itapema.

Outro lado

O comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Bruno Knihs, disse que as afirmações contra o governador não procedem. "Ele tem determinado o cumprimento rigoroso da lei."

Segundo ele, a polícia coíbe a prática. "Houve uma diminuição de 30% das ocorrências em relação a 2005 (68 até agora), pois fizemos uma operação veraneio. Não somos onipresentes, mas o governo não está omisso."

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do governador. A Santur informou que Walendowsky está desautorizado a dar declarações em nome do órgão.

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