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20/03/2006
-
22h48
JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha
A presidência da Câmara Municipal de Serra (ES) realizou uma compra de material inusitado para os vereadores da Casa. São 17 poltronas de couro, anatômicas, reclináveis, dotadas de controle remoto que ativa um sistema eletrônico de massagem nas costas e nuca. Para a aquisição das cadeiras, foram gastos R$ 62.900.
A medida, segundo o vice-presidente da Câmara, Aloisio Santana (PSDC), é de responsabilidade do presidente da Casa, Adir Paiva da Silva, 42, do PAN (Partido dos Aposentados da Nação). "Ele [Silva] não precisa de autorização da Mesa Diretora para realizar uma compra. Ele pode tomar essa posição unilateral, e tomou. Foi uma surpresa para todos os vereadores", disse Santana.
As poltronas chegaram aos gabinetes dos 16 vereadores na terça-feira da semana passada. Conforme relato de Santana, cada uma custou em torno de R$ 3.700 aos cofres públicos e houve licitação para a compra.
Questionado pela reportagem sobre o motivo do número de cadeiras ser 17, já que a Câmara Municipal é composta por 16 vereadores, Santana afirmou que isso ocorreu "possivelmente para ter uma de reserva". Dos 16 vereadores, nove tinham devolvido às poltronas até a tarde desta segunda-feira à presidência da Câmara, segundo o vice-presidente.
A reportagem deixou recados no gabinete do presidente da Casa e no número que consta como sendo seu celular, mas o vereador ainda não respondeu.
A assessoria de imprensa da Câmara Municipal declarou que as informações sobre a compra do material só poderiam ser prestadas pelo presidente. Por volta das 18h, uma secretária do gabinete de Silva disse que ele estava na Casa, mas que não comentaria o caso.
O Ministério Público do Espírito Santo requisitou à presidência da Câmara informações sobre o processo de licitação da compra do material.
Despropósito
O vereador petista Roberto Carlos classificou a aquisição das poltronas como inoportuna. "É um despropósito, uma aquisição inoportuna. A cadeira não ajuda em nada o desempenho de nosso mandato. Um gasto dessa magnitude contribui para o descrédito da classe política com a população do município."
Roberto Carlos disse que enviou um ofício à presidência da Câmara no qual oficializou a devolução da poltrona. Com um orçamento anual previsto em R$ 15,62 milhões, a Câmara Municipal paga um salário de R$ 5.740 a cada vereador.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre câmaras municipais
Câmara Municipal compra poltronas de couro para vereadores no ES
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da Agência Folha
A presidência da Câmara Municipal de Serra (ES) realizou uma compra de material inusitado para os vereadores da Casa. São 17 poltronas de couro, anatômicas, reclináveis, dotadas de controle remoto que ativa um sistema eletrônico de massagem nas costas e nuca. Para a aquisição das cadeiras, foram gastos R$ 62.900.
A medida, segundo o vice-presidente da Câmara, Aloisio Santana (PSDC), é de responsabilidade do presidente da Casa, Adir Paiva da Silva, 42, do PAN (Partido dos Aposentados da Nação). "Ele [Silva] não precisa de autorização da Mesa Diretora para realizar uma compra. Ele pode tomar essa posição unilateral, e tomou. Foi uma surpresa para todos os vereadores", disse Santana.
As poltronas chegaram aos gabinetes dos 16 vereadores na terça-feira da semana passada. Conforme relato de Santana, cada uma custou em torno de R$ 3.700 aos cofres públicos e houve licitação para a compra.
Questionado pela reportagem sobre o motivo do número de cadeiras ser 17, já que a Câmara Municipal é composta por 16 vereadores, Santana afirmou que isso ocorreu "possivelmente para ter uma de reserva". Dos 16 vereadores, nove tinham devolvido às poltronas até a tarde desta segunda-feira à presidência da Câmara, segundo o vice-presidente.
A reportagem deixou recados no gabinete do presidente da Casa e no número que consta como sendo seu celular, mas o vereador ainda não respondeu.
A assessoria de imprensa da Câmara Municipal declarou que as informações sobre a compra do material só poderiam ser prestadas pelo presidente. Por volta das 18h, uma secretária do gabinete de Silva disse que ele estava na Casa, mas que não comentaria o caso.
O Ministério Público do Espírito Santo requisitou à presidência da Câmara informações sobre o processo de licitação da compra do material.
Despropósito
O vereador petista Roberto Carlos classificou a aquisição das poltronas como inoportuna. "É um despropósito, uma aquisição inoportuna. A cadeira não ajuda em nada o desempenho de nosso mandato. Um gasto dessa magnitude contribui para o descrédito da classe política com a população do município."
Roberto Carlos disse que enviou um ofício à presidência da Câmara no qual oficializou a devolução da poltrona. Com um orçamento anual previsto em R$ 15,62 milhões, a Câmara Municipal paga um salário de R$ 5.740 a cada vereador.
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