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31/03/2006
-
09h00
LUÍSA BRITO
LUCAS NEVES
MAELI PRADO
da Folha S.Paulo
Uma semana depois que um avião da BRA derrapou em um dia de forte chuva, a Infraero anunciou que o número de vôos no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será reduzido durante dois meses para obras na pista principal de pouso e decolagem.
Pelos cálculos da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), a capacidade máxima de vôos por hora deve passar de 48 para 26, o que representa diminuição de 46%. Mas essa redução é passível de discussão com as empresas aéreas.
De acordo com Ronaldo Jenkins, do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), na reunião que reuniu ontem as empresas, a Infraero e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), falou-se numa redução de 30% nos vôos. No entanto, as empresas querem que a interdição dure menos de 60 dias.
Segundo Jenkins, as companhias aéreas vão procurar assessoramento técnico para poder oferecer uma proposta de redução no tempo das obras. No dia do acidente, a BRA disse que o problema aconteceu por excesso de água na pista. A Infraero descartou falhas.
A obra deve começar entre junho e agosto, após a conclusão dos serviços de recuperação na pista do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, prevista para maio. Isso porque os vôos que não puderem operar em Congonhas devem ir para Guarulhos.
Segundo Jenkins, pode não haver aumento do preço de passagens porque os usuários não deixarão de viajar, apenas se deslocarão até Guarulhos.
Recuperação integral
Para a Infraero, é necessário interditar a pista principal para refazer completamente sua camada superficial. Segundo o presidente da empresa, brigadeiro José Carlos Pereira, a pista precisa de uma recuperação integral.
De acordo com ele, o sistema de drenagem de água apresenta falhas e não escoa o líquido tão rapidamente quanto deveria.
A Infraero até expediu um aviso para os pilotos ficarem mais atentos em dias de chuva, pois certos trechos da pista estão com problemas de aderência.
No entanto, ele não atribui a derrapagem da semana passada a falhas na pista e diz que é preciso aguardar o resultado das investigações. O brigadeiro disse que a obra está prevista há três anos.
Uma comissão técnica foi criada para discutir a redução de vôos em Congonhas tanto no período de obras como de forma permanente. O grupo, coordenado pela Anac, deve definir que tipo de aeronaves e trajetos deve permanecer em Congonhas. As empresas vão participar da discussão.
Denise Abreu, diretora da recém-criada Anac, afirmou que o impacto financeiro só poderá ser mensurado a partir da realização das reuniões da comissão.
"Há um consenso de que Congonhas chegou a um esgotamento, mas precisamos discutir uma possível redução nos vôos a longo prazo", afirmou Milton Zuanazzi, presidente da Anac.
O aeroporto foi planejado para receber 12 milhões de passageiros anualmente. Em 2005, foram 17 milhões.
Segundo Denise Abreu, até o final do ano a Anac deve chegar a um consenso sobre a redução definitiva de vôos em Congonhas. O assunto será discutido em audiência pública com a população.
As assessorias de imprensa da Varig, da TAM e da Gol não se pronunciaram. Para a BRA, as companhias serão prejudicadas com a redução, mas, se é questão de segurança, ela é necessária.
Os passageiros reclamam da mudança. "Vou gastar uma hora a mais. Para ir a Guarulhos, tem que pegar a marginal com um trânsito complicado", disse a assistente de marketing, Andreza de Barros, 27, que mora em Brasília e vem a trabalho a São Paulo semanalmente.
Os comerciantes também são contrários. "Vai ser inevitável uma queda no fluxo de clientes, mas é cedo para tirar conclusões", afirmou Fábio Mota, da livraria La Selva (por onde passam 8.000 pessoas por dia). Ele não sabia da mudança.
Mais verba
O presidente da Infraero afirmou que, para conseguir implementar as reformas necessárias ao crescimento da demanda por vôos previsto para esse ano, a estatal precisa de um aporte do governo.
Segundo ele, seriam necessários R$ 800 milhões a mais do que ela tem disponível para 2006.
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LUCAS NEVES
MAELI PRADO
da Folha S.Paulo
Uma semana depois que um avião da BRA derrapou em um dia de forte chuva, a Infraero anunciou que o número de vôos no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será reduzido durante dois meses para obras na pista principal de pouso e decolagem.
Pelos cálculos da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), a capacidade máxima de vôos por hora deve passar de 48 para 26, o que representa diminuição de 46%. Mas essa redução é passível de discussão com as empresas aéreas.
De acordo com Ronaldo Jenkins, do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), na reunião que reuniu ontem as empresas, a Infraero e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), falou-se numa redução de 30% nos vôos. No entanto, as empresas querem que a interdição dure menos de 60 dias.
Segundo Jenkins, as companhias aéreas vão procurar assessoramento técnico para poder oferecer uma proposta de redução no tempo das obras. No dia do acidente, a BRA disse que o problema aconteceu por excesso de água na pista. A Infraero descartou falhas.
A obra deve começar entre junho e agosto, após a conclusão dos serviços de recuperação na pista do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, prevista para maio. Isso porque os vôos que não puderem operar em Congonhas devem ir para Guarulhos.
Segundo Jenkins, pode não haver aumento do preço de passagens porque os usuários não deixarão de viajar, apenas se deslocarão até Guarulhos.
Recuperação integral
Para a Infraero, é necessário interditar a pista principal para refazer completamente sua camada superficial. Segundo o presidente da empresa, brigadeiro José Carlos Pereira, a pista precisa de uma recuperação integral.
De acordo com ele, o sistema de drenagem de água apresenta falhas e não escoa o líquido tão rapidamente quanto deveria.
A Infraero até expediu um aviso para os pilotos ficarem mais atentos em dias de chuva, pois certos trechos da pista estão com problemas de aderência.
No entanto, ele não atribui a derrapagem da semana passada a falhas na pista e diz que é preciso aguardar o resultado das investigações. O brigadeiro disse que a obra está prevista há três anos.
Uma comissão técnica foi criada para discutir a redução de vôos em Congonhas tanto no período de obras como de forma permanente. O grupo, coordenado pela Anac, deve definir que tipo de aeronaves e trajetos deve permanecer em Congonhas. As empresas vão participar da discussão.
Denise Abreu, diretora da recém-criada Anac, afirmou que o impacto financeiro só poderá ser mensurado a partir da realização das reuniões da comissão.
"Há um consenso de que Congonhas chegou a um esgotamento, mas precisamos discutir uma possível redução nos vôos a longo prazo", afirmou Milton Zuanazzi, presidente da Anac.
O aeroporto foi planejado para receber 12 milhões de passageiros anualmente. Em 2005, foram 17 milhões.
Segundo Denise Abreu, até o final do ano a Anac deve chegar a um consenso sobre a redução definitiva de vôos em Congonhas. O assunto será discutido em audiência pública com a população.
As assessorias de imprensa da Varig, da TAM e da Gol não se pronunciaram. Para a BRA, as companhias serão prejudicadas com a redução, mas, se é questão de segurança, ela é necessária.
Os passageiros reclamam da mudança. "Vou gastar uma hora a mais. Para ir a Guarulhos, tem que pegar a marginal com um trânsito complicado", disse a assistente de marketing, Andreza de Barros, 27, que mora em Brasília e vem a trabalho a São Paulo semanalmente.
Os comerciantes também são contrários. "Vai ser inevitável uma queda no fluxo de clientes, mas é cedo para tirar conclusões", afirmou Fábio Mota, da livraria La Selva (por onde passam 8.000 pessoas por dia). Ele não sabia da mudança.
Mais verba
O presidente da Infraero afirmou que, para conseguir implementar as reformas necessárias ao crescimento da demanda por vôos previsto para esse ano, a estatal precisa de um aporte do governo.
Segundo ele, seriam necessários R$ 800 milhões a mais do que ela tem disponível para 2006.
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