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06/04/2006 - 11h09

Interno e funcionário da Febem Tatuapé permanecem internados

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da Folha Online

Um interno e um funcionário da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) feridos durante as rebeliões de terça-feira (4) e quarta no complexo Tatuapé, na zona leste de São Paulo, permanecem internados na manhã desta quinta-feira.

Segundo a Febem, nenhum dos dois feridos corre risco de morte. O interno está em observação e o funcionário teve um pé quebrado ao pular um muro fugindo dos adolescentes rebelados. Ao todo, 62 pessoas ficaram feridas, sendo 44 funcionários e 18 internos.

De acordo com a assessoria de imprensa da Febem, alguns foram vítimas da fumaça provocada pela queima de colchões e outros estavam abalados emocionalmente.

Rebelião

Os problemas começaram por volta das 22h de terça (4), com uma briga entre os internos. Em poucos minutos, a rebelião se estendeu a sete --1, 2, 12, 13, 14, 15 e 23-- das 14 unidades ativas do complexo. Elas abrigam cerca de 600 jovens, alguns considerados reincidentes de delitos graves, com idades entre 18 e 21 anos.

Durante a madrugada, os internos subiram nos telhados, quebraram muros e derrubaram as grades das unidades, agitando outros internos a aderirem ao motim. Colchões foram queimados. Os jovens estariam armados com pedaços de paus e ferros.

Para conter o motim, a PM invadiu o complexo por volta das 8h de quinta. Alguns entraram com a ajuda de um helicóptero da PM. Por volta das 15h de ontem, os internos da unidade 20 voltaram a promover tumulto, mas a situação foi controlada às 15h45, ainda segundo a Febem.

Desativação

No último dia 23 de março, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), atual candidato à Presidência, realizou uma cerimônia para marcar a desativação total das 18 unidades do complexo, com a derrubada de uma delas. Os prédios darão lugar a um parque.

Naquela ocasião, em nota, a Febem reconheceu que o complexo do Tatuapé "hoje em dia, já não faz parte dos padrões adotados pelo Poder Público para abrigar adolescentes em conflito com a lei".

O projeto das novas unidades da Febem prevê a construção de módulos menores que comportem apenas até 40 adolescentes, conforme exigido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Acusações

Ontem o atual governador, Cláudio Lembo (PFL), atribuiu as rebeliões à atuação de agentes externos ligados a direitos humanos. "Nós temos aqui e ali sabe o quê? Temos provocação de agentes externos. É bom que fique claro isso. Toda vez que alguns agentes externos ingressam na Febem com uma idéia de que são humanos, na verdade eles estão criando atos desumanos", disse Lembo. "Não é justo que alguém que fale em direitos humanos viole direitos humanos", completou.

O governador citou quatro prefeituras administradas pelo PT ao responder sobre o programa do governo de descentralizar unidades da Febem. "Lamentavelmente, as cidades que não têm permitido a Febem são cidades de um partido, que num passado recente pregava visões sociais da sociedade, e hoje ele bloqueia que a sociedade possa reintegrar os menores", disse.

De acordo com ele algumas das cidades que rejeitam as unidades são Suzano, Osasco, Guarulhos e São Carlos. "Nós tivemos problemas em Suzano, São Carlos, Osasco, Guarulhos. Mas os demais prefeitos que têm uma visão de imparcialidade e solidariedade têm permitido, após debates com a sociedade, essas pequenas unidades da Febem."

As prefeituras das cidades citadas por Lembo informaram que o governo do Estado não apresentou projetos das unidades e tentou impor as instalações sem debater com a sociedade. A Prefeitura de São Carlos informou que nunca houve projeto de instalação da Febem na cidade.

Ao ser questionado sobre uma cidade administrada pelo PSDB que também rejeitou a Febem --Bragança Paulista--, Lembro disse que está negociando sobre o assunto com a administração.

Com Agência Folha

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