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07/04/2006
-
11h07
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
O coordenador do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz, Carlos Muller, afirma que proibir repentinamente o uso de animais em pesquisas, conforme pretende o projeto de lei aprovado recentemente pelos vereadores do Rio, é "impossível".
Ele defende o estudo de técnicas alternativas ao uso de animais, mas afirma que enquadrá-las às normas internacionais de controle de qualidade levaria tempo e que alguns procedimentos que envolvem animais são, inclusive, exigidos por leis internacionais.
O pesquisador critica também o texto do projeto, que considera abrangente. "Às vezes é preciso trabalhar com um animal até para a preservação dele, como estudando o comportamento de determinada espécie por observação. Na lei, os testes estão sendo abordados de forma muito geral."
Muller lembra que estender a proibição dos testes com animais a todo o país ainda teria um impacto na economia, principalmente no setor frigorífico.
"Temos que lembrar que somos um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo e estaríamos impedidos de estudar a febre aftosa. Que não poderíamos estudar os animais silvestres que apresentaram rotavirose recentemente ou fazer pesquisas sobre a gripe aviária", afirma.
Como exemplo, Muller cita os casos de contaminação por febre maculosa registrados em 2005. No Rio, a doença matou até o superintendente da Vigilância Sanitária do município, Fernando Villas-Boas Filho.
"Neste caso, os carrapatos [captados no local da transmissão, um hotel] foram manipulados em nível máximo de biossegurança. Se aparece uma pandemia e você não podemos trabalhar com os animais que podem tê-la iniciado, todos morreremos?", diz.
Atualmente, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), à qual o instituto homônimo está ligado, realiza estudos principalmente com camundongos, ratos, e coelhos. Os animais são criados na própria instituição e invariavelmente mortos após os testes, para evitar contaminações. Os projetos são todos previamente aprovados por uma comissão de ética.
Na área acadêmica, o uso de métodos alternativos aos exames com animais enfrenta o conservadorismo dos profissionais da categoria. ONGs propõe o debate e idéias como o uso de modelos em plástico e softwares.
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da Folha Online
O coordenador do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz, Carlos Muller, afirma que proibir repentinamente o uso de animais em pesquisas, conforme pretende o projeto de lei aprovado recentemente pelos vereadores do Rio, é "impossível".
Ele defende o estudo de técnicas alternativas ao uso de animais, mas afirma que enquadrá-las às normas internacionais de controle de qualidade levaria tempo e que alguns procedimentos que envolvem animais são, inclusive, exigidos por leis internacionais.
O pesquisador critica também o texto do projeto, que considera abrangente. "Às vezes é preciso trabalhar com um animal até para a preservação dele, como estudando o comportamento de determinada espécie por observação. Na lei, os testes estão sendo abordados de forma muito geral."
Muller lembra que estender a proibição dos testes com animais a todo o país ainda teria um impacto na economia, principalmente no setor frigorífico.
"Temos que lembrar que somos um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo e estaríamos impedidos de estudar a febre aftosa. Que não poderíamos estudar os animais silvestres que apresentaram rotavirose recentemente ou fazer pesquisas sobre a gripe aviária", afirma.
Como exemplo, Muller cita os casos de contaminação por febre maculosa registrados em 2005. No Rio, a doença matou até o superintendente da Vigilância Sanitária do município, Fernando Villas-Boas Filho.
"Neste caso, os carrapatos [captados no local da transmissão, um hotel] foram manipulados em nível máximo de biossegurança. Se aparece uma pandemia e você não podemos trabalhar com os animais que podem tê-la iniciado, todos morreremos?", diz.
Atualmente, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), à qual o instituto homônimo está ligado, realiza estudos principalmente com camundongos, ratos, e coelhos. Os animais são criados na própria instituição e invariavelmente mortos após os testes, para evitar contaminações. Os projetos são todos previamente aprovados por uma comissão de ética.
Na área acadêmica, o uso de métodos alternativos aos exames com animais enfrenta o conservadorismo dos profissionais da categoria. ONGs propõe o debate e idéias como o uso de modelos em plástico e softwares.
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