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17/04/2006 - 09h20

Túnel com suspeita de erro técnico no Rio ganha mais R$ 8 milhões

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SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo

Anunciada pelo governo estadual como solução para a agonizante lagoa de Piratininga, em Niterói (a 15 km do Rio), a construção de um túnel subaquático, que já consumiu R$ 3 milhões, parou há um ano e está sob a suspeita de ter um erro de projeto.

A falta de um estudo técnico sobre o movimento das marés levou à demarcação da boca do túnel no lado do oceano que é arenoso e sujeito a ressaca, conforme apontam ambientalistas da ONG SOS Lagoa. Assim, o túnel, feito para a passagem de água entre o mar e a lagoa, acabará entupindo. A água da lagoa não se renovará, e ela continuará secando.

Especialistas do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado do Rio de Janeiro) dizem que a saída não resolverá o problema principal da lagoa, que é o despejo diário de esgoto nos rios que deságuam nela.

Apesar das críticas, para concluir a obra, o governo estadual acaba de contratar por licitação a empreiteira Delta. O preço do serviço foi calculado em R$ 8.413.000 --236,5% a mais do que o orçamento inicial, de R$ 2,5 milhões.

Outro lado

O diretor de obras e apoio técnico da Fundação Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), José Carlos Pinto, reconheceu que não foram realizados estudos para definir o ponto ideal da boca oceânica do túnel.

"Faltaram alguns, como o de marés e o de movimentação da areia", afirmou ele.

De acordo com o diretor, os estudos ainda serão realizados e poderão levar a modificações no projeto. "Se apontarem necessidade de mudança de traçado, vamos estudar. Se não apontarem, vamos continuar", afirma.
Para ele, as críticas do Crea-RJ são políticas, e as da ONG SOS Lagoa não passam de "achismo".

Ele ainda afirmou que, em janeiro de 2004, a ANA (Agência Nacional de Águas) informou à Serla que havia R$ 2 milhões para obras de revitalização da lagoa. O dinheiro teria que ser gasto até fevereiro, caso contrário voltaria aos cofres do governo federal.

Até agora, dos 660 metros previstos, o túnel só tem 315 metros perfurados. A paralisação da obra fez surgir na boca já aberta um "lago" de água parada, que atrai mosquitos e acumula sujeira.

Ele afirmou que o túnel é a melhor opção para salvar a lagoa. "Adotamos a solução mais cara, mas que será mais barata, pois não tem manutenção."
Um canal a céu aberto, mais barato, afetaria a Prainha e prejudicaria os banhistas, que teriam a praia dividida, de acordo com o diretor de obras da fundação. O dirigente da Serla disse que o túnel foi projetado em 2003 pelo governo Benedita da Silva (PT), não pela administração da governadora Rosinha Matheus (PMDB).

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