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26/04/2006 - 10h00

Justiça manda afastar diretor da Febem

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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

A Justiça determinou o afastamento de um dos diretores do complexo da Febem no Tatuapé (zona leste de SP), por suspeita de participação em espancamentos e maus-tratos. Ele teria motivado a revolta de adolescentes no começo do mês, que destruíram duas unidades em protesto às supostas agressões e foram transferidos para uma antiga penitenciária. A Febem diz que cumprirá a decisão.

A juíza-corregedora do Deij (Departamento de Execuções da Infância e da Juventude), Mônica Paukoski, decidiu que Bruno Fernando Camargo Di Iorio, que dirigia a unidade 14 do Tatuapé, não poderá ocupar nenhum cargo de chefia até o final da apuração das supostas irregularidades.

O fim da tortura na Febem e a desativação do Tatuapé eram promessas do ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB. O fechamento do complexo está previsto para dezembro.

Segundo a Promotoria da Infância e Juventude, que pediu o afastamento provisório, jovens da unidade 14 do complexo Tatuapé teriam sido submetidos a espancamentos e maus-tratos nos meses de fevereiro e março. Laudos de exame de corpo de delito confirmaram as lesões.

Promotores e juízes do Deij também ouviram relatos de adolescentes que afirmaram que o diretor chegou a participar das agressões. No começo do mês, internos de outras unidades do complexo do Tatuapé afirmaram que começaram uma rebelião em protesto aos supostos espancamentos ocorridos na unidade 14.

Por causa da destruição no complexo, 131 internos --entre eles vítimas das agressões-- foram transferidos provisoriamente para o prédio antes ocupado por uma penitenciária feminina, localizado no mesmo quadrilátero. Iorio foi transferido com o grupo e novas denúncias de agressões foram registradas.

Segundo a decisão judicial, ele já era investigado por outro episódio, ocorrido em 2003. Internos que chegaram na unidade 12 do Tatuapé, então dirigida por Iorio, foram recepcionados a socos e golpes de bastões de madeira.

O diretor virou alvo de denúncias de entidades de direitos humanos, que pediam o seu afastamento. Ontem, para marcar os 30 anos da Febem --antes, era Funabem-- entidades fizeram uma vigília em frente ao complexo do Tatuapé para protestar contra os espancamentos.

Outro lado

A Febem informou ontem que ainda não tinha sido comunicada da decisão judicial, mas que irá cumpri-la sem contestação.

A assessoria disse que a instituição não deve recorrer ao Tribunal de Justiça para tentar reverter a medida. Segundo a assessoria, a fundação deve esperar as investigações. Uma sindicância da Febem também está apurando as denúncias.

A assessoria informou que o diretor Bruno Fernando Camargo Di Iorio só será consultado sobre a possibilidade de falar à imprensa depois da notificação oficial da decisão.

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