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11/05/2006 - 22h26

Polícia recupera peças de arte sacra desaparecidas desde 2004

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CÍNTIA ACAYABA
da Agência Folha

A polícia de Rio Claro (175 km a noroeste de São Paulo) encontrou cerca de 200 peças de arte sacra que estavam desaparecidas desde 2004. Os objetos, que haviam sido furtados de igrejas, museus e seminários de cidades do interior paulista, foram apresentados na noite de quarta (10).

O principal suspeito é um ex-seminarista, de 26 anos, que freqüentava igrejas e seminários da região. As peças foram encontradas no sítio Mata Negra, na zona rural da cidade. "Parte do material estava escondido dentro de armários, e o restante, espalhado pela casa", disse o delegado Aroldo Diniz, do 1º Distrito Policial.

Cinco armas também foram apreendidas. O sítio pertence à família do ex-seminarista, que ainda não se apresentou à polícia. "O advogado do suspeito disse que deve apresentá-lo ainda nesta semana", disse Diniz.

As investigações começaram em 2004, quando um inquérito foi aberto para apurar o desaparecimento de obras do Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga, de Rio Claro.

O caso começou a ser solucionado depois que uma das peças furtadas foi identificada em um leilão, realizado há um mês em São Paulo. A imagem de Nossa Senhora da Ajuda, do século 17, avaliada em R$ 12 mil, pertencia ao padre Jamil Nassif Abib, ex-pároco da igreja matriz de São João Batista.

"Além dessa peça barroca, furtaram, entre outras coisas minhas, uma imagem de Nossa Senhora das Dores, do século 18, e uma de São João Batista, do século 19", disse Abib, que hoje é padre em Piracicaba.

Dentre as aproximadamente 200 peças localizadas, estão quadros, castiçais, medalhas, objetos religiosos, mantos e coroas. "É tanta coisa, que o material ocupa três salas da delegacia. Ainda não temos um número oficial, mas estimamos que os objetos valham cerca de R$ 1 milhão", afirmou o delegado.

Segundo a polícia, o suspeito estudou no Seminário Claret e é apreciador de arte sacra, além de ter o costume de restaurar objetos.

"Quando ele começou a se relacionar com a comunidade de Rio Claro, as obras começaram a sumir", disse Diniz. Para a polícia, a maioria das peças é dos municípios de Rio Claro, Piracicaba e Santa Bárbara D'Oeste.

De acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o Brasil tem 1.011 bens culturais desaparecidos. "Na América Latina, o furto de peças históricas e artísticas é uma constante, por causa da falta de segurança nos espaços culturais", afirmou Alejandra Saladino, museóloga do Iphan.

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