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17/05/2006 - 19h06

Justiça determina bloqueio de celular em penitenciárias de seis municípios de SP

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LÍVIA MARRA
Editora de Cotidiano da Folha Online
TATIANA FÁVARO
da Folha Online

O juiz Alex Tadeu Monteiro Zilenovski, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), determinou nesta quarta-feira que a Anatel e as operadores preparem um plano para suspender o sinal de celular nas proximidades de penitenciárias de seis municípios São Paulo --Avaré, Presidente Venceslau, Iaras, Araraquara, São Vicente e Franco da Rocha. O juiz estabeleceu prazo de 48 horas para o cumprimento da medida.

Sem dar detalhes, o secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou que a lista das penitenciárias foi desenvolvida com base em investigações. Segundo ele, o bloqueio poderá ser ampliado para outras unidades, se houver necessidade.

Pela manhã, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que as operadoras serão obrigadas a comprar, instalar e operar bloqueadores de celulares nos presídios.

A medida foi motivada pela série de ataques promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em diferentes pontos do Estado.

A ação --a maior já ocorrida no Estado contra as forças de segurança-- deixou, desde o último dia 12, ao menos 138 mortos --23 PMs, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis, além de 93 suspeitos, baleados em supostos confrontos com a polícia. Ao menos nove presos morreram em rebeliões, o que eleva para 147 o número de mortos no período. No total, 122 suspeitos foram presos.

Violência

Nesta quarta-feira, a violência diminuiu, mas novos ataques foram registrados durante a madrugada. Suspeitos foram mortos em diferentes pontos da região metropolitana.

O governador Cláudio Lembo (PFL) voltou a negar um acordo com a facção criminosa para que a série de ataques e rebeliões chegasse ao fim. O movimento diminuiu na segunda-feira (15), um dia depois de uma reunião entre representantes do governo e o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, na penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

"Tínhamos que usar todas as formas possíveis para agilizar o diálogo, inclusive com essa figura [Marcola]", disse. "Eu nunca vi um acordo onde a facção criminosa tivesse tantos mortos", afirmou.

Reação

A onda de ataques --a maior já registrada contra forças de segurança do Estado-- começou, em resposta à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção criminosa. Na quinta-feira passada (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

Reportagem publicada pela Folha nesta terça, mostra que, por telefone celular, líderes da facção criminosa determinaram a presos e membros do PCC do lado de fora das cadeias que interrompessem a onda de violência.

Segundo o que a Folha apurou, o preso Orlando Mota Júnior, 34, o Macarrão, foi um dos principais interlocutores do governo. Ele e outros líderes do PCC deram a ordem de cessar os atentados. Reportagem publicada pela Folha Online no domingo já indicava a negociação entre o governo e presos. Na ocasião, a Secretaria da Administração Penitenciária negou qualquer acordo.

Ontem, o governo do Estado voltou a negar o acordo, mas o comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, admitiu que houve uma "conversa" entre o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. Disse, porém, que não conhecia o teor do diálogo.

O secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, confirmou que a facção apresentou condições para pôr fim à série de ataques e que houve uma reunião entre representantes do governo e Marcola. Mas também negou acordo.

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