Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/05/2006 - 17h45

Promotoria divulga relatório do CRM; 48,3% das mortes foram a tiros

Publicidade

da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Em relatório entregue ao Ministério Público Federal na tarde desta quarta-feira, o CRM (Conselho Regional de Medicina) apontou que, dos 273 mortos registrados no IML de São Paulo entre 12 e 20 de maio, 132 morreram por ferimentos a tiros, o equivalente a 48,3% do total.

O índice de mortos a tiros que chegaram ao IML de São Paulo cresceu de 4,5% do total na sexta-feira (12) para 71,8% no sábado (13). O índice de mortos a tiros não baixou de 20% do total de necropsiados enquanto durou a onda de violência promovida pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), desde o dia 12.

Os picos de registros de mortes por arma de fogo foram registrados nos dias 13 e 15, sábado e segunda-feira passados. Dos 273 corpos que chegaram ao IML, 256 foram identificados.

O Ministério Público Federal informou, por meio de assessoria, que não divulgará por enquanto os nomes dos mortos pela polícia nos dias de ataque. Segundo a Procuradoria afirmou, as 132 pessoas necropsiadas entre 12 e 20 de maio correspondem a todas as mortes a tiros do período e não necessariamente a vítimas de confrontos com policiais.

A Procuradoria estuda os laudos, mas não se pronunciará antes da divulgação das análises da Defensoria Pública Geral do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Estado, responsável pelas ações penais.

Os promotores vão cruzar os dados dos laudos com as informações dos boletins de ocorrência registrados pela polícia.

Inocentes

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostra que, diferentemente dos dados oficiais apresentados, 26% dos civis mortos pela polícia de São Paulo em confrontos registrados entre os dias 12 e 19 deste mês --período em que ocorreram os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital)-- não tinham antecedentes criminais.

Pressionado para divulgar a lista de mortos em ações policiais, o governo paulista recuou e ontem reduziu o número de mortes de suspeitos. Até anteontem, a gestão Cláudio Lembo (PFL) dizia ter matado 109 "criminosos" da facção. Ontem, o balanço era de 110 mortos, sendo 79 envolvidos com o grupo criminoso --49 teriam ficha criminal.

O levantamento feito pela reportagem inclui 54 BOs (boletins de ocorrência) de supostos confrontos ocorridos na capital paulista, na região metropolitana e nas principais cidades do interior paulista.

Foram 89 mortos, 41 deles identificados pela polícia nos BOs. Os outros são descritos nos registros da polícia como desconhecidos.

A grande maioria dos suspeitos foi socorrida pela própria polícia depois da suposta resistência. Mas morreram no caminho ou logo após entrar no hospital, segundo os BOs.

A pesquisa parcial se contrapõe aos dados divulgados ontem pelo secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  • Leia a cobertura completa sobre os ataques do PCC em SP

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página