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07/06/2006 - 09h48

Hospital do século 19 vive agonia no centro do Rio

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Construído no século 19 e inaugurado pela princesa Isabel em 1876, o conjunto de prédios que hoje abriga o hospital-escola São Francisco de Assis (Hesfa), na Cidade Nova (zona central do Rio), encontra-se em estado de abandono. A unidade, que é vinculada à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é referência no tratamento integral de portadores do vírus HIV.

Sem investimentos em obras, os sete blocos, que foram tombados há 23 anos pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), têm paredes rachadas e esburacadas. Algumas têm reboco exposto e estão cobertas de limo.

Várias janelas estão quebradas e algumas tiveram que ser emparedadas com tijolos. Pelo menos três prédios não têm telhado. As instalações elétricas ficam expostas, assim como os encanamentos sanitários.

A fachada principal, na avenida Presidente Vargas, está toda pichada. "A fachada é uma propaganda negativa para o hospital", disse a vice-diretora do Hesfa, Carla Luzia França Araújo.

A principal consequência do abandono é que, apesar de o conjunto de prédios compreender uma área de 7.000 metros quadrados, apenas 50% das instalações são ocupadas, o que impede uma expansão das atividades do Hesfa, além de trazer riscos para os pacientes que podem ser atingidos pela queda de algum reboco.

Outro problema apontado pela direção foi a construção de outros prédios no local, os chamados "puxadinhos". Essas obras, segundo o hospital, estão comprometendo a estrutura dos blocos tombados e terão que ser demolidas.

A Cidade Nova é uma das regiões mais valorizadas do centro da cidade. Ali funciona o prédio central dos Correios, a sede da prefeitura e o primeiro Teleporto da América Latina.

A direção do hospital informou que tenta arrecadar recursos para a restauração dos blocos junto ao Ministério da Saúde, Prefeitura do Rio e iniciativa privada . A obra para a recuperação total dos prédios está orçada em R$ 20 milhões.

Segundo Carla Luzia, a restauração dos prédios permitirá que o hospital crie uma unidade de internação.

O hospital realiza, mensalmente, cerca de 25 mil procedimentos. Segundo a vice-diretora Carla Luzia, atende 800 pacientes portadores do vírus HIV. Realiza também atendimento a dependentes de álcool e drogas e trabalhos especiais com a Terceira Idade.

História

Os prédios foram construídos para abrigar a hospedaria dos mendigos. Em 1922, se tornou o hospital São Francisco de Assis e, na década de 1940, foi incorporado à antiga Universidade do Brasil, atual UFRJ.

Outro lado

O Ministério da Saúde informou que para, poder liberar recursos destinados à restauração, o hospital precisa se adequar à portaria federal 686/04 que determina que a instituição faça uma parceria com a prefeitura e apresente um pré-projeto à pasta para conseguir a verba.

Segundo o ministério, o período para a apresentação vai até o dia 30 de outubro. O Ministério da Educação informou que dispõe de uma verba anual para as universidades investirem nos hospitais e que, nos próximos dias, vai liberar recursos de R$ 50 mil para o Hesfa, mas para serem investidos em materiais hospitalares.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Iphan

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