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18/06/2006
-
09h23
AFRA BALAZINA
enviada especial da Folha de S.Paulo a Caravelas (BA)
Abrolhos, paraíso ecológico na Bahia que vem perdendo turistas ano a ano, pode ter seu banco de corais, o maior do Brasil, destruído por um projeto de criação de camarão.
O receio de ambientalistas e do Ibama é que o empreendimento destrua manguezais, onde os peixes se reproduzem, e, conseqüentemente, cause danos aos corais da região.
Entidades como o Instituto Baleia Jubarte e a Conservação Internacional uniram-se na coalizão SOS Abrolhos para evitar a instalação de tanques de camarão.
Além de prejudicar o ambiente, eles temem que o empreendimento, que pode contaminar a água e o mangue, deixe marisqueiros e pescadores sem trabalho. E dizem que, se as belezas naturais acabarem, o turismo cairá ainda mais.
A autorização inicial para a criação de camarão em Caravelas, cidade que é a principal porta de entrada para Abrolhos, foi dada pelo governo estadual à cooperativa Coopex, autora do projeto. A licença é contestada na Justiça pelo Ministério Público Federal. A atividade, conhecida como carcinicultura, tem o apoio da Prefeitura de Caravelas.
A administração municipal justifica que a cultura trará emprego e renda para sua população carente. Muitos moradores vivem da pesca e o maior empregador é a própria prefeitura.
Não se vê, porém, grandes investimentos na área em que Caravelas e Abrolhos têm o maior potencial: o ecoturismo. O parque nacional, que já teve 14 mil visitantes por ano, atualmente recebe, em média, 8.000. O município já chegou a ter 17 mil turistas por ano; para 2006, espera receber 5.000.
Caravelas tem pouca infra-estrutura. O aeroporto está desativado, e existem só dois restaurantes com cardápio farto.
O prédio amarelo da igreja de Santo Antônio, no meio da praça principal, está com vidros quebrados e pintura deteriorada, mas não perdeu a beleza.
Melhorias
O chefe do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, Marcello Lourenço, 32, que é contra a instalação da carcinicultura, diz que em agosto será feita uma concessão dos serviços do parque. O objetivo é aumentar a visitação e melhorar a qualidade do atendimento.
"Hoje, fazemos apenas o credenciamento das empresas que operam em Abrolhos [levam turistas para visitar a ilha e fazer mergulho]. Faremos uma licitação e haverá uma série de normas a seguir."
Segundo o secretário do Turismo e do Meio Ambiente, Deny César Moreira, 37, as empresas não têm investido nos últimos anos por culpa da lentidão do Ibama em concluir a concessão --eles não sabem se, após a realização da concorrência, continuarão a ter trabalho.
A prefeitura diz ter projetos de parceria para a revitalização de cerca de 300 fachadas de casas do centro histórico e de melhorias para a rua do porto.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Abrolhos
Abrolhos perde turistas e é ameaçado por camarões
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enviada especial da Folha de S.Paulo a Caravelas (BA)
Abrolhos, paraíso ecológico na Bahia que vem perdendo turistas ano a ano, pode ter seu banco de corais, o maior do Brasil, destruído por um projeto de criação de camarão.
O receio de ambientalistas e do Ibama é que o empreendimento destrua manguezais, onde os peixes se reproduzem, e, conseqüentemente, cause danos aos corais da região.
Entidades como o Instituto Baleia Jubarte e a Conservação Internacional uniram-se na coalizão SOS Abrolhos para evitar a instalação de tanques de camarão.
Além de prejudicar o ambiente, eles temem que o empreendimento, que pode contaminar a água e o mangue, deixe marisqueiros e pescadores sem trabalho. E dizem que, se as belezas naturais acabarem, o turismo cairá ainda mais.
A autorização inicial para a criação de camarão em Caravelas, cidade que é a principal porta de entrada para Abrolhos, foi dada pelo governo estadual à cooperativa Coopex, autora do projeto. A licença é contestada na Justiça pelo Ministério Público Federal. A atividade, conhecida como carcinicultura, tem o apoio da Prefeitura de Caravelas.
A administração municipal justifica que a cultura trará emprego e renda para sua população carente. Muitos moradores vivem da pesca e o maior empregador é a própria prefeitura.
Não se vê, porém, grandes investimentos na área em que Caravelas e Abrolhos têm o maior potencial: o ecoturismo. O parque nacional, que já teve 14 mil visitantes por ano, atualmente recebe, em média, 8.000. O município já chegou a ter 17 mil turistas por ano; para 2006, espera receber 5.000.
Caravelas tem pouca infra-estrutura. O aeroporto está desativado, e existem só dois restaurantes com cardápio farto.
O prédio amarelo da igreja de Santo Antônio, no meio da praça principal, está com vidros quebrados e pintura deteriorada, mas não perdeu a beleza.
Melhorias
O chefe do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, Marcello Lourenço, 32, que é contra a instalação da carcinicultura, diz que em agosto será feita uma concessão dos serviços do parque. O objetivo é aumentar a visitação e melhorar a qualidade do atendimento.
"Hoje, fazemos apenas o credenciamento das empresas que operam em Abrolhos [levam turistas para visitar a ilha e fazer mergulho]. Faremos uma licitação e haverá uma série de normas a seguir."
Segundo o secretário do Turismo e do Meio Ambiente, Deny César Moreira, 37, as empresas não têm investido nos últimos anos por culpa da lentidão do Ibama em concluir a concessão --eles não sabem se, após a realização da concorrência, continuarão a ter trabalho.
A prefeitura diz ter projetos de parceria para a revitalização de cerca de 300 fachadas de casas do centro histórico e de melhorias para a rua do porto.
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