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21/06/2006 - 09h23

Polícia encontra celulares e túnel na prisão do PCC

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CRISTIANO MACHADO
Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente

Um túnel em início de escavação, vários buracos na parede, três estiletes artesanais e pelo menos seis celulares foram encontrados pela polícia ontem na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, o presídio escolhido pelo governo de São Paulo para abrigar integrantes do primeiro e do segundo escalão do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os telefones foram localizados 12 dias após a Justiça restabelecer o sinal de celulares ao redor do presídio. Três deles estavam escondidos em um televisor e os outros três celulares foram jogados pela janela de duas celas assim que teve início uma blitz de agentes e da tropa de choque da PM.

A blitz foi realizada por prevenção, já que havia a expectativa de que os presos fizessem uma greve de fome em protesto à redução do tempo de banho de sol e de contato entre visitantes. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse que "os procedimentos da unidade são tomados de acordo com o regimento interno".

A P2 de Presidente Venceslau ficou quase oito meses em reforma, após rebelião que destruiu todo o prédio em 2005. Com capacidade para 852 detentos, abrigava até o dia 15 deste mês 395 internos, segundo o site da SAP.

O local voltou a abrigar presos em 11 de maio, quando 765 detentos, todos ligados ao PCC --inclusive o líder Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola--, foram isolados na unidade, um dos fatos que teriam motivado a onda de violência ocorrida em maio em São Paulo. Marcola e outras lideranças agora estão no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em Presidente Bernardes.

Permitida para todas as unidades do Estado que não possuam o RDD, a entrada de televisores em presídios é feita sem controle, segundo o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo). "Deveria haver um controle maior, por parte da SAP, de quem manda [os aparelhos] para poder identificar, por exemplo, quem está tentando pôr celular dentro das unidades", afirma o diretor de formação da entidade, Luiz Antônio Ribeiro dos Santos.

Segundo ele, o Sifuspesp já pediu providências para a SAP. "Sabemos que a origem do dinheiro dessas TVs é do crime organizado", afirma Santos.

Dois agentes penitenciários que trabalham em unidades diferentes no oeste paulista afirmaram à Folha, sob a condição do anonimato, que não há controle para a entrada de TVs nas unidades. Há algumas semanas, antes da Copa, chegaram dezenas de TVs pelos Correios.

Outro lado

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que "o comando atual do órgão trata com rigor o controle da entrada de televisores nos presídios paulistas".

O órgão evitou responder às críticas do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), que alega haver descontrole no ingresso de TVs, e disse que não revelaria o número de aparelhos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

Em nota enviada por e-mail à reportagem, a SAP disse ainda que há exigências para a colocação dos aparelhos nas unidades. "O Estado autoriza a entrada de televisores em unidade cujo regime permite, desde que seja um por cela, comprado pelo preso ou familiar, com nota fiscal e/ou documento que comprove a origem", diz a mensagem.

A SAP informou que, "antes de o aparelho ser entregue, é realizada uma revista minuciosa."

Colaborou ANDRÉ CARAMANTE, da Reportagem Local

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