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23/06/2006 - 11h16

Promotora acusa PMs de agressão e ofensa

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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

A promotora Eliana Passarelli, que atua na Justiça Militar justamente na apuração de denúncias contra a conduta de policiais militares, afirma que foi agredida e xingada ontem por PMs. Ela diz que foi atacada no estacionamento de uma área ocupada por um prédio da PM e o 23º DP (Perdizes), na zona oeste de São Paulo.

Com arranhões no braço esquerdo, a promotora conta que foi agarrada pelo pescoço, recebeu uma rasteira, caiu no chão, quando teria levado um chute. Os PMs negam a agressão e afirmam que foram xingados pela promotora.

A confusão ocorreu logo após uma discussão por causa da área de estacionamento do local. Eliana afirma que foi ao 23º DP junto com a filha registrar um boletim de ocorrência de roubo. Chegaram ao local às 16h45, durante o jogo do Brasil contra o Japão.

A promotora narra que estacionou o seu veículo na área destinada às autoridades policiais. Segundo sua versão, uma soldado da PM a alertou de que não poderia deixar o veículo no local, nem mesmo sendo promotora de Justiça.

Eliana afirma que perguntou quem estava no comando da companhia da PM, informação que não teria recebido. "Tinha um grupo de 13 policiais em volta da televisão, vendo o jogo, e não fizeram nada", diz.

Logo depois, a promotora afirma que foi xingada por policiais militares e, quando ameaçou denunciá-los por desacato e ligar para a Corregedoria da PM, o grupo apenas deu risada e continuou assistindo ao jogo.

Minutos depois, Eliana entrou no distrito policial. A agressão teria ocorrido quando a promotora voltou para retirar o carro do estacionamento. Segundo sua versão, um PM à paisana, que estava no grupo de policiais assistindo ao jogo, foi em sua direção, a atacou e lhe deu voz de prisão por desacato.

Eliana não chegou a ser presa. No 23º DP, ela prestou depoimento e foi liberada. Quatro PMs foram relacionados no boletim de ocorrência. O agressor não foi identificado. Eliana aparece com vítima de abuso de autoridade e os PMs, como vítimas de desacato.

"É lógico que foi perseguição. Eu atuo junto à corregedoria e já denunciei vários PMs, inclusive do comando", afirmou. "Eu apanhei, fui xingada de vagabunda, fui presa em flagrante sem ter feito nada." Segundo ela, uma tenente da companhia não quis apresentar os PMs no distrito para que ela fizesse a identificação do agressor.

Outro lado

Policiais militares negam a agressão e afirmam que foram xingados pela promotora de Justiça. Um inquérito policial e um IPM (Inquérito Policial Militar) vão apurar o caso.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, os PMs afirmam que a promotora Eliana Passarelli ficou exaltada e começou a ofendê-los quando foi proibida de estacionar no pátio da companhia.

A secretaria afirmou, no entanto, que a agressão ainda vai ser apurada em um inquérito policial. Segundo a mesma assessoria, a promotora de Justiça já tinha se envolvido em outro incidente parecido no mesmo local, mas a secretaria não deu detalhes do caso anterior.

No boletim de ocorrência, segundo a pasta, o agressor não é identificado. O 23º DP negou o acesso ao documento e não forneceu os nomes dos policiais envolvidos.

A reportagem não conseguiu falar com os PMs que participaram da confusão.

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