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25/06/2006 - 11h32

Distância e lentidão levam cidade de São Paulo à liderança

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da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha de S.Paulo

A liderança paulista no ranking dos que mais demoram para chegar ao trabalho é explicada pelas grandes distâncias dentro da região metropolitana, pelos congestionamentos da capital e pela falta de prioridade ao transporte coletivo.

A situação é agravada pela instabilidade dos empregos, segundo a avaliação de Jaime Waisman, professor da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em transporte. "Antes uma pessoa ficava 30 anos na mesma empresa. Hoje é uma possibilidade remota. É mais difícil ela querer mudar de casa só para ficar perto do trabalho", afirma ele, citando ainda a má distribuição dos postos de trabalho pela cidade.

O engenheiro e sociólogo Eduardo de Alcântara de Vasconcellos diz que, pela referência mundial, as pessoas costumam gastar, em média, de uma hora a uma hora e meia por dia em todos os seus deslocamentos --não apenas ao serviço.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE de 2004 --tabulados pela Folha-- apontam que 1,6 milhão de trabalhadores da região metropolitana de São Paulo perdem, no mínimo, uma hora por dia no percurso de ida da residência ao serviço

Horário flexível

Perder só isso seria um sonho para Ricardo Ramos de Oliveira, 30, analista de sistemas morador de Guarulhos, que faz divisa com a zona norte paulistana, e que trabalha no centro empresarial próximo da ponte João Dias, na zona sul.

Oliveira tem um carro popular a gás para economizar com combustível no trajeto, que varia de uma hora e 40 minutos a duas horas de manhã.

A demora já foi pior. Ele conseguiu convencer seu chefe a flexibilizar seus horários de entrada e saída do trabalho. Hoje, foge dos picos principais por entrar às 10h30 e sair às 19h30.

"Eu demoro só isso porque escapo das marginais", afirma ele, que já chegou a ficar quatro horas parado no trânsito e hoje em dia adota algumas estratégias para não estressar.

Antes de sair do trabalho, principalmente às sextas, Oliveira consulta sobre a situação do trânsito pela internet. No carro, mantém um CD do curso de inglês e atualiza sua agenda quando a fila de veículos pára. Leva seu café da manhã ao volante e já sabe que não pode tomar água antes de sair de casa.

"Se não dá vontade de ir ao banheiro", explica ele, lembrando uma ocasião em que, preso num congestionamento, chegou a fazer de banheiro um canteiro da marginal.

Especial
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