04/07/2006 - 17h45

Ministério Público denuncia Celso Pitta por cinco crimes

da Folha Online

O Ministério Público Federal ofereceu à Justiça, nesta terça-feira, denúncia contra o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta por corrupção passiva, evasão de divisas, formação de quadrilha, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Pelo último crime, o ex-prefeito foi denunciado duas vezes.

Pitta teria mandado para contas nos Estados Unidos, na Suíça e em Guernsey dinheiro desviado de obras públicas realizadas em São Paulo, entre elas a construção da avenida Águas Espraiadas --hoje avenida Jornalista Roberto Marinho-- na zona sul da cidade.

O envio do dinheiro teria acontecido entre 1993 e 1996, quando Pitta era secretário das Finanças do prefeito Paulo Maluf e nos quatro anos seguintes, quando ele foi eleito e assumiu a administração municipal.

Além do ex-prefeito, um banqueiro e uma bancária foram denunciados pela promotoria acusados facilitar o envio do dinheiro para o exterior. Segundo o Ministério Público Federal, a denúncia, se aceita pela Justiça, deve tramitar na 2ª Vara de Justiça Federal, por estar ligado a outro processo pelo qual respondem Paulo Maluf e seu filho Flávio.

A promotoria ainda pede a abertura de um inquérito um suposto operador das contas de Pitta e de outras três pessoas, para averiguar como funcionava o suposto esquema de envio de dinheiro para o exterior.

Outro lado

À Folha Online, o ex-secretário de Comunicação da gestão Pitta, Antenor Braido, afirmou que "as denúncias já foram exploradas há dois anos mais uma vez surgem em período eleitoral". Ainda de acordo com Braido, Pitta não teve qualquer envolvimento com a contratação das obras para a construção da avenida Águas Espraiadas e que, como prefeito, apenas pagou por contratos realizados na gestão anterior.

"De qualquer forma, a apresentação da denúncia possibilitará ao ex-prefeito apresentar sua defesa e provar sua inocência", conclui Braido. Atualmente, Pitta estuda candidatura a deputado federal.

A assessoria de Paulo Maluf também foi procurada, mas preferiu não se manifestar.

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