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05/07/2006 - 09h19

Polícia investiga ligação de agente prisional com o PCC

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KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A Polícia Civil de São Paulo identificou, por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, pelo menos cinco agentes penitenciários ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que desde 12 de maio promove uma série de atentados contra as forças de segurança do Estado.

A investigação sigilosa, conduzida pelo Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) e pelo Ministério Público, constatou nos grampos que esses agentes negociam facilitação de fugas em troca de dinheiro. Em média, o salário mensal inicial que é pago a um funcionário prisional gira em torno de R$ 1.200.

A polícia também investiga se esses mesmos agentes estão envolvidos de algum modo com a morte de colegas a mando do PCC. Desde o início do ano, 12 foram mortos, afirma a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Em todo o ano passado, dois foram mortos.

Por conta dessas mortes de agentes, os funcionários de cadeias iniciaram uma série de paralisações. Ontem, a greve afetava 25 das 144 unidades prisionais. Em uma delas, o CDP de Parelheiros, um preso tentou fugir, sem sucesso, se escondendo em um saco de lixo.

Segundo um delegado do Deic, que só aceitou falar sob a condição de que seu nome não fosse publicado, os cinco agentes ainda não foram presos porque a polícia pretende ampliar a investigação para chegar aos "cabeças" do esquema. Além desses flagrados no grampo, mais agentes são investigados.

O principal foco da atuação dos agentes no esquema de favorecimento aos criminosos está concentrado no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (589 km de SP). Lá estão os principais líderes do PCC nas penitenciárias, entre os quais Marcos Herbas Camacho, o Marcola. Funcionários de cadeias de São Paulo e do interior também foram pegos negociando com presos.

Os dois sindicatos que representam os agentes penitenciários no Estado, Sindasp e Sifuspesp, admitem a presença de "espiões" dos criminosos entre a categoria. A admissão, por meio de concurso público, não exige, diferentemente da polícia, investigação social --apenas atestado de antecedentes.

São 23 mil agentes no Estado. Procurada pela Folha, a SAP não comentou a investigação sobre agentes penitenciários até a noite de ontem.

CPI

A possibilidade de líderes do PCC terem comprado gabaritos de concursos públicos para infiltrar pessoas em órgãos estatais de São Paulo é investigada pela CPI do Tráfico de Armas desde abril.

Em depoimento sobre o funcionamento do PCC no Estado de São Paulo aos deputados da CPI, em 10 de abril, o delegado titular da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos do Deic, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que cerca de 90 integrantes da facção criminosa estão infiltrados em órgãos federais e estaduais.

Colaboraram RICARDO GALLO, da Folha de S.Paulo, e o Agora

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