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12/07/2006 - 09h46

Criminosos voltam a promover ataques em série e assustam SP

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da Folha Online
da Agência Folha

Criminosos voltaram a promover ataques em série em São Paulo entre a noite de terça-feira (11) e a madrugada desta quarta. Cinco pessoas morreram. Foi a maior ação desde os atentados contra as forças de segurança do Estado nos dias 12 e 13 de maio, atribuídos ao PCC.

Na ocasião, as ações seriam uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa nos presídios. Os novos ataques, no entanto, podem ter sido motivados pela prisão de Emivaldo Silva Santos, 30, o BH, acusado de ser o "general" do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região do ABC. Ele foi preso no início da noite de terça, na rodovia Imigrantes, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar.

Foram mais de 20 ataques desde a noite de ontem, em diversos pontos da capital, Grande São Paulo e litoral. O número de ocorrências ainda é inexato e pode aumentar. Os atentados atingiram bases da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, além de delegacias, agências bancárias, lojas de automóveis e supermercados.

Ônibus foram incendiados em diferentes pontos do Estado. A Secretaria de Estado da Segurança Pública ainda não se pronunciou sobre a onda de violência. Segundo sua assessoria, o governador Cláudio Lembo (PFL) não deve se pronunciar.

Mortes

O ataque mais grave ocorreu na zona norte da cidade São Paulo. Por volta de 0h10, homens armados balearam o soldado Odair José Lorenzi, 29, na frente de sua casa, na favela do Boi Malhado, na Vila Nova Cachoeirinha. A irmã do policial, Rita de Cássia Lorenzi, 39, saiu à janela após ouvir os disparos e também foi baleada. Ambos morreram.

Segundo colegas, Odair, lotado na Força Tática do 18º batalhão, estava na Polícia Militar havia dez anos.

Colegas do policial baleado, em patrulhamento pelo local, ouviram os tiros e conseguiram localizar os suspeitos. Houve troca de tiros e um soldado foi ferido nas pernas. Socorrido no PS Cachoeirinha, ele não corre risco de morte. Os criminosos conseguiram escapar.

Litoral

No Guarujá (litoral de SP), os ataques mataram três vigilantes. Um deles trabalhava no IML (Instituto Médico Legal), localizado no bairro de Morrinhos. Ele foi baleado ao atender a porta para os criminosos, que fugiram em bicicletas. A vítima foi socorrida no pronto-socorro do Hospital Santo Amaro, mas morreu durante a cirurgia.

Meia hora depois, um grupo de homens pulou o muro de um centro comunitário do mesmo bairro e matou outro vigilante a tiros. As duas vítimas trabalhavam para a empresa de segurança GP.

Por volta das 5h, um grupo matou com um tiro no rosto o vigia da linha férrea, localizado na avenida Thiago Ferreira. Até as 8h, o corpo permanecia no local.

Às 0h, uma base da Polícia Militar foi atacada a tiros na praia de Pernambuco. Ninguém se feriu.

Também no Guarujá, atentados atingiram duas lojas de automóveis, no final da noite de terça. Dois carros foram levemente danificados.

Segundo os bombeiros, um carro --uma Brasília-- foi incendiado no bairro Santa Rosa. O fogo foi controlado rapidamente.

No mesmo horário, dois jovens foram presos acusados de lançarem uma bomba caseira em um caixa 24 horas da avenida Ademar de Barros.

Em Santos (85 km da capital), um ônibus da viação Piracicabana foi incendiado à 1h, na avenida Senador Dantas, próximo ao Canal 4. Um grupo de homens armados obrigou o ônibus a parar e ordenou ao motorista, sozinho no momento, que saísse. Em seguida, atearam fogo ao veículo, que foi totalmente destruído.

Outros ônibus também foram queimados, dois em Santo André (ABC), um em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) e outros três na região de Pirituba (zona norte de São Paulo).

Outros ataques

A sede da 2º Distrito Policial de Suzano (região metropolitana) foi metralhada por volta das 3h desta terça-feira. Aproximadamente 15 tiros atingiram as paredes da delegacia. O prédio estava vazio, já que não funciona no período noturno.

Também na Grande São Paulo, bandidos em três motos e num carro dispararam vários tiros contra a delegacia de Santa Isabel. Antes do atentado, eles teriam incendiado uma agência de veículos na cidade para desviar a atenção da polícia.

Duas bases da Guarda Civil Metropolitana, na zona leste de São Paulo, também foram alvo de ataques. Um grupo de homens armados, em quatro carros, disparou tiros contra a sede do Comando Leste da GCM, na rua dos Têxteis, em Cidade Tirandentes, por volta das 2h20.

Uma hora depois, o mesmo grupo disparou mais de 20 tiros contra outra base dos guardas, na praça Getúlio Vargas, em Guainazes. Segundo a GCM, na mesma área os criminosos roubaram cinco táxis para despistar a polícia e realizar novos ataques.

Os criminosos também atingiram duas bases da Polícia Militar. Na Praça Rotary, em Santa Cecília (região central da capital), os tiros não chegaram a atingir a base. Já uma base móvel da PM, na rua Flavio Américo Maurano, no Morumbi (zona oeste), foi atingida pelos tiros.

No total, sete agências bancárias foram atacadas --a tiros ou com coquetéis molotov--, na capital, Grande São Paulo e litoral. Não há feridos.

Os ataques atingiram até um supermercado da rede Compre Bem, na rua Condessa de São Joaquim, na Liberdade (região central), por volta das 3h. Os criminosos dispararam tiros e jogaram uma bomba incendiária contra o supermercado. O artefato não explodiu, e o fogo se espalhou apenas em jornais próximos à entrada do estabelecimento.

Segundo policiais da 1ª Companhia do 11º Batalhão, os criminosos deixaram dois bilhetes em folhas de papel sulfite colados na entrada do supermercado, com recados "contra a opressão carcerária".

Os criminosos também atiraram contra um dos supermercados da rede Pão de Açúcar na rua Maria Antônia, no bairro de Higienópolis.

Ataques

Na maior série de atentados promovida pelo PCC, entre 12 e 19 de maio, o PCC promoveu uma onda de rebeliões que atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista e realizou 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus.

A partir de 28 de junho, os atentados passaram a atingir também agentes penitenciários. Desde então, cinco agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio. Ontem, o filho de um agente foi morto na zona sul de São Paulo.

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