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18/07/2006 - 11h02

Barricada protege prédio da Polícia Civil em São Paulo

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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

O receio de que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) ataque a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na avenida Zaki Narchi, zona norte de São Paulo, fez com que a cúpula da Polícia Civil determinasse a colocação de enormes blocos de concreto na entrada principal do local. As barricadas foram montadas ontem com a ajuda de guindastes.

O Deic é o órgão da Polícia Civil que concentra um efetivo de quase 2.000 homens e tem hoje, entre suas principais atribuições, combater os criminosos ligados ao PCC que estão em cerca de 140 dos 144 presídios paulistas e os que estão nas ruas, promovendo ataques contra as forças de segurança do Estado. O departamento também é especializado em roubos.

Desde quarta passada, quando começou a segunda onda de atentados atribuídos à facção, foram contabilizados pelo menos 449 ataques e oito mortes.

A barricada instalada ontem serve, por exemplo, para impedir que um carro com explosivos, como já planejou o PCC, seja lançado contra o prédio.

Embora menos estratégico, o prédio do 39º Batalhão da PM, em Artur Alvim (zona leste de São Paulo), também recebeu barreiras para evitar ataques.

A Secretaria da Segurança Pública disse que a administração do Deic decidiu trocar os antigos obstáculos de concreto ("picolés") por blocos mais altos para melhorar a visualização do departamento pelos motoristas que trafegam pela avenida Zaki Narchi. Os blocos foram colocados no mesmo lugar em que estavam os antigos.

Alguns policiais que trabalham no prédio disseram ontem que há uma preocupação especial com a segurança do chefe do departamento, delegado Godofredo Bittencourt, e de seu braço-direito no combate à facção criminosa, o também delegado Rui Ferraz Fontes, da Delegacia de Roubos a Bancos.

Na tentativa de levantar suspeitas sobre o trabalho do Deic contra o PCC, o líder do grupo, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, disse ao depor na CPI do Tráfico de Armas, em 8 de junho, que Fontes "é delegado corrupto".

"Eu dei dinheiro para ele de tudo que é jeito. Eu não posso provar as formas, mas esses fatos que eu passei para o senhor é fácil ser analisado [sic]", disse Marcola ao deputado federal Luiz Couto (PT-PB).

Fontes é responsável pela investigação que aponta Marcola como um dos mandantes do assassinato, em março de 2003, do juiz-corregedor da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente (565 km de SP), Antonio Machado Dias.

Marcola já chegou a dizer ter informações de que Fontes só anda em São Paulo em um Land Rover blindado. A guerra pessoal entre eles tem novo capítulo marcado para daqui a uns 30 dias, quando Fontes, conforme tem dito aos colegas de polícia, comprovará porque Marcola o acusa de corrupção.

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