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20/07/2006
-
03h43
da Folha Online
Três acusados de envolvimento no seqüestro e morte dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19, em São Paulo, foram condenados nesta quinta-feira pelo crime, ocorrido há quase três anos. O júri foi unânime pela condenação.
Agnaldo Pires, acusado de estupro, foi condenado a 47 anos e 3 meses de prisão; Antônio Matias de Barros, pela acusação de seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal, foi condenado a pouco mais de 7 anos (6 anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção); e Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por auxílio no seqüestro e no estupro. No Brasil, o condenado fica preso por, no máximo, 30 anos. Cabe recurso.
Os namorados desapareceram no dia 31 de outubro de 2003, depois de mentir para os pais e acampar em uma região isolada na região de Embu-Guaçu (Grande São Paulo).
No dia seguinte, eles foram seqüestrados e mantidos em um sítio. Caffé foi morto dois dias depois, com um tiro na nuca. Liana foi estuprada e morta a facadas cinco dias após o seqüestro. Os corpos do casal foram encontrados no dia 10 de novembro de 2003.
Julgamento
O julgamento ocorreu na Câmara Municipal de Embu-Guaçu. O júri era formado por seis homens e uma mulher.
Na saída, os três foram xingados e ameaçados pelas pessoas reunidas do lado de fora da Câmara. Por motivos de segurança, a Justiça não divulgou à imprensa para qual presídio eles foram levados.
Um quarto acusado --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, acusado de atirar em Felipe, recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado. Outro acusado é um jovem, à época com 16 anos, que cumpre medida socioeducativa na Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Ele é apontado como o mentor do crime.
O julgamento começou na terça-feira (18), com o interrogatórios dos réus e depoimentos das testemunhas do processo. O teor das declarações não foi divulgado, pois o processo corre sob segredo de Justiça.
Na quarta, a sessão recomeçou com a leitura das peças processuais. Depois, houve os debates entre acusação e defesa. A sentença foi lida às 3h desta quinta.
O pai de Liana, Ari Friedenbach, foi uma das testemunhas ouvidas no primeiro dia do julgamento. Ele pediu para não ver os acusados do crime. Nesta quarta, a mãe de Felipe, Lenice Silva Caffé, disse que gostaria de encontrar com os réus, apesar de não saber qual seria sua reação.
Adolescente
O jovem acusado de matar Liana a facadas e estuprá-la deve ser solto nos próximos meses, quando acabam os três anos de internação na Febem, previstos na lei.
Há casos em que o Ministério Público pediu a prorrogação da internação, de acordo com o advogado Ariel de Castro Alves. Normalmente, são situações em que a soltura do adolescente acarreta risco para a sociedade ou para ele próprio --que poderia tornar-se alvo de ameaças.
A Promotoria, que já anunciou que pedirá à Justiça a permanência do rapaz na Febem, vinha informando que sua saída deveria ocorrer em novembro deste ano. Porém, segundo a Febem, ele poderá ser solto a partir de 2007. Segundo a assessoria de imprensa da fundação, o prazo começou a contar em março de 2004, quando o rapaz foi internado definitivamente --antes ele estava em unidade provisória.
Em 2004, antes do jovem completar 18 anos, o Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminológica de São Paulo) emitiu um laudo em favor da extensão da internação do jovem acusado. Segundo o laudo, ele "apresenta periculosidade latente por ser influenciável e não tem condições de progredir para regime de liberdade, devendo ser submetido a tratamento".
Colaboraram TOMÁS CHIAVERINI e FABIANE LEITE, da Folha de S.Paulo, FAUSTO SALVADORI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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Três acusados de envolvimento no seqüestro e morte dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19, em São Paulo, foram condenados nesta quinta-feira pelo crime, ocorrido há quase três anos. O júri foi unânime pela condenação.
Agnaldo Pires, acusado de estupro, foi condenado a 47 anos e 3 meses de prisão; Antônio Matias de Barros, pela acusação de seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal, foi condenado a pouco mais de 7 anos (6 anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção); e Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por auxílio no seqüestro e no estupro. No Brasil, o condenado fica preso por, no máximo, 30 anos. Cabe recurso.
Os namorados desapareceram no dia 31 de outubro de 2003, depois de mentir para os pais e acampar em uma região isolada na região de Embu-Guaçu (Grande São Paulo).
Reprodução |
O casal Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, morto na Grande SP em novembro de 2003 |
No dia seguinte, eles foram seqüestrados e mantidos em um sítio. Caffé foi morto dois dias depois, com um tiro na nuca. Liana foi estuprada e morta a facadas cinco dias após o seqüestro. Os corpos do casal foram encontrados no dia 10 de novembro de 2003.
Julgamento
O julgamento ocorreu na Câmara Municipal de Embu-Guaçu. O júri era formado por seis homens e uma mulher.
Na saída, os três foram xingados e ameaçados pelas pessoas reunidas do lado de fora da Câmara. Por motivos de segurança, a Justiça não divulgou à imprensa para qual presídio eles foram levados.
Um quarto acusado --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, acusado de atirar em Felipe, recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado. Outro acusado é um jovem, à época com 16 anos, que cumpre medida socioeducativa na Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Ele é apontado como o mentor do crime.
O julgamento começou na terça-feira (18), com o interrogatórios dos réus e depoimentos das testemunhas do processo. O teor das declarações não foi divulgado, pois o processo corre sob segredo de Justiça.
Na quarta, a sessão recomeçou com a leitura das peças processuais. Depois, houve os debates entre acusação e defesa. A sentença foi lida às 3h desta quinta.
O pai de Liana, Ari Friedenbach, foi uma das testemunhas ouvidas no primeiro dia do julgamento. Ele pediu para não ver os acusados do crime. Nesta quarta, a mãe de Felipe, Lenice Silva Caffé, disse que gostaria de encontrar com os réus, apesar de não saber qual seria sua reação.
Adolescente
O jovem acusado de matar Liana a facadas e estuprá-la deve ser solto nos próximos meses, quando acabam os três anos de internação na Febem, previstos na lei.
Há casos em que o Ministério Público pediu a prorrogação da internação, de acordo com o advogado Ariel de Castro Alves. Normalmente, são situações em que a soltura do adolescente acarreta risco para a sociedade ou para ele próprio --que poderia tornar-se alvo de ameaças.
A Promotoria, que já anunciou que pedirá à Justiça a permanência do rapaz na Febem, vinha informando que sua saída deveria ocorrer em novembro deste ano. Porém, segundo a Febem, ele poderá ser solto a partir de 2007. Segundo a assessoria de imprensa da fundação, o prazo começou a contar em março de 2004, quando o rapaz foi internado definitivamente --antes ele estava em unidade provisória.
Em 2004, antes do jovem completar 18 anos, o Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminológica de São Paulo) emitiu um laudo em favor da extensão da internação do jovem acusado. Segundo o laudo, ele "apresenta periculosidade latente por ser influenciável e não tem condições de progredir para regime de liberdade, devendo ser submetido a tratamento".
Colaboraram TOMÁS CHIAVERINI e FABIANE LEITE, da Folha de S.Paulo, FAUSTO SALVADORI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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