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22/07/2006 - 09h14

Polícia identifica 5.012 filiados do PCC

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KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

O serviço de inteligência das forças de segurança do Estado de São Paulo refez o organograma do PCC (Primeiro Comando da Capital) e já identificou 5.012 filiados nas prisões --sendo 220 mulheres. São 144 unidades prisionais estaduais, que abrigam 125.821 presos --sem contar os que ainda estão em cadeias públicas.

O novo organograma da facção --responsável pelas ondas de ataques de maio e julho-- mostra que, dos 11 homens apontados hoje como membros da cúpula, oito tiveram ascensão recente, depois da morte de alguns líderes dentro do sistema prisional, como nos casos de Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, criminoso que tinha poder no litoral paulista e foi estrangulado com fios para fazer bolas na Penitenciária 2 de Mirandópolis (607 km de SP), em abril de 2005.

Além de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe máximo do PCC, outros dois criminosos são considerados os líderes mais importantes: Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue.

Na avaliação da polícia e do Ministério Público, a facção, aos poucos, está abandonando a estrutura clássica de hierarquização, mais verticalizada, e optando por se articular em células --como na guerrilha. Ainda sim, grandes ações criminosas, como atentados contra as forças de segurança, só podem ocorrer com o "salve geral" (ordem) de algum dos 11 líderes.

Com o novo esquema de células compartimentadas, os dez integrantes que respondem diretamente a Marcola têm autonomia para escolher seus "sintonias", espécie de porta-vozes, que retransmitirão as ordens de diferentes ações do grupo.

Por exemplo, uma célula cuida da arrecadação do "bicho-papão" (espécie de imposto do PCC); a outra, da assistência aos presos e parentes. Caso uma célula seja descoberta, isso não prejudicaria a atuação da outra --são independentes.

"O PCC possui técnica terrorista de guerrilha, como é no seqüestro, no qual quem cuida do cativeiro não conhece o mandante do crime, justamente para não vir a atrapalhar a ação", disse o delegado Paul Verduraz.

"A facção é um vespeiro. Eles [criminosos] até que se conhecem, mas não têm influência sobre outra célula. Cada um toma conta do seu nariz", afirma o promotor Marcelo Rovere.

Atentados

Nos levantes de maio e julho, houve pelo menos 825 atentados, que resultaram na morte de 152 pessoas (96 supostos integrantes e 56 civis, policiais e agentes). Apesar de muitos dos líderes não terem acesso aos celulares, seus recados são passados por códigos aos advogados e visitantes. Segundo a polícia, expressões como "pode partir" significam executar ações terroristas, como os ataques às forças de segurança.

Para cadastrar os presos ligados ao PCC e elaborar o novo organograma, as polícias levaram em conta o poder de mobilização dos membros do grupo dentro e fora dos presídios.

Junto à população carcerária do Estado, outros presos que não aparecem no organograma também têm grande importância dentro do PCC e deverão ser transferidos em breve pelo governo paulista para o presídio federal de Catanduvas (PR).

São eles: Cláudio Rolim de Carvalho, o Polaco, Anderson de Jesus Parro, o Moringa, Marcelo Moreira Prado, o Exu, Luiz Henrique Fernandes, o LH, David Stockel Ulhoa Maluf, o Macgaiver, Osmar Giglioli Pena, o Tico Branco, Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, Alexandre dos Santos, o Seco, Wallace da Silva, o Baianinho do Vietnã, Ivonaldo Xavier Adelino, o Boi Branco, Cristiano Ricardo Ramos Álvares, o Carioca, e Paulo Cesar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre os ataques do PCC
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