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29/07/2006
-
10h00
CRISTINA TARDÁGUILA
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio
Pingüins trazidos para o Rio de Janeiro por correntes marítimas e abrigados no zoológico de Niterói (RJ) --passageiros costumeiros dos vôos da Aeronáutica-- não têm como ser levados para casa por falta de aviões disponíveis da FAB (Força Aérea Brasileira).
De acordo com o Zoológico de Niterói, 125 pingüins chegaram ao Rio, trazidos por correntes marítimas, desde junho. Cerca de 70 deles morreram em razão do grave quadro de hipotermia, hipoglicemia e cansaço que apresentavam.
Desde 2000, os pingüins são transportados pela FAB até o Rio Grande do Sul para passar por em uma espécie de check-up do Centro de Reabilitação de Animais Marítimos (Cram), a última parada antes de reencontrarem as águas geladas do estreito de Magalhães.
A presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói, Giselda Candiotto, disse ter sido informada pela FAB de que, neste ano, os esforços estão voltados para resgatar brasileiros do conflito do Líbano. Nenhum avião foi disponibilizado até o momento para levar os animais ao sul do país.
"Se a coisa continuar complicada, teremos que apelar para as companhias aéreas privadas. Nosso limite máximo é 30 de setembro", disse Candiotto.
A FAB evita vincular o auxílio às vítimas do conflito no Líbano ao vôo dos pingüins.
"O avião que está no Líbano é um KC 137. O que normalmente se usa para transportar os pingüins é um C 130 Hércules. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Trata-se apenas de uma questão de calendário", afirmou o tenente-coronel Fagundes.
Inexperientes
Todos os anos, entre junho e agosto, muitos dos pingüins procedentes do estreito de Magalhães, no sul do continente, chegam à costa do Rio.
Segundo veterinários consultados pela Folha, costumam ser animais jovens e inexperientes que, em busca de comida, se afastam do litoral e acabam caindo em correntes marítimas que os trazem ao Brasil.
Quando chegam aqui, estão sempre muito debilitados e precisam ser hospedados no Zoológico de Niterói, que lhes oferece antibióticos, antifúngicos, soro e uma superalimentação.
Tudo para que eles possam retornar ao meio ambiente sãos e salvos.
"Agora, temos cerca de 50 animais sendo tratados, mas que não suportam muito bem uma temperatura de mais de 19C. Hoje [ontem], no Rio, faz 23C", declarou a presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói.
Calor
O veterinário do zoológico, Thiago Muniz, disse à Folha que cerca de 15 pingüins já estão prontos para viajar e só estão à espera de um avião para levá-los ao Rio Grande do Sul.
"O que temos é um recinto-hospital. Para manter os animais saudáveis aqui, precisaríamos de um ambiente climatizado e especial que não existe. Por enquanto, o calor e a falta de umidade não estão afetando muito a vida deles, mas precisam sair daqui antes de novembro de qualquer jeito."
De acordo com Candiotto, a única saída apresentada até agora é um vôo que decolará rumo à Antártida em 23 de setembro e que poderia pousar no Rio Grande do Sul para deixar os pingüins.
"Isso implica manter as aves aqui por mais dois meses. Mas elas consomem cerca de 20% do orçamento da fundação só com medicamentos e alimentação. É muito!"
Especial
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Sob o calor do Rio, pingüins ficam sem vôo para deixar país
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Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio
Pingüins trazidos para o Rio de Janeiro por correntes marítimas e abrigados no zoológico de Niterói (RJ) --passageiros costumeiros dos vôos da Aeronáutica-- não têm como ser levados para casa por falta de aviões disponíveis da FAB (Força Aérea Brasileira).
De acordo com o Zoológico de Niterói, 125 pingüins chegaram ao Rio, trazidos por correntes marítimas, desde junho. Cerca de 70 deles morreram em razão do grave quadro de hipotermia, hipoglicemia e cansaço que apresentavam.
Desde 2000, os pingüins são transportados pela FAB até o Rio Grande do Sul para passar por em uma espécie de check-up do Centro de Reabilitação de Animais Marítimos (Cram), a última parada antes de reencontrarem as águas geladas do estreito de Magalhães.
A presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói, Giselda Candiotto, disse ter sido informada pela FAB de que, neste ano, os esforços estão voltados para resgatar brasileiros do conflito do Líbano. Nenhum avião foi disponibilizado até o momento para levar os animais ao sul do país.
"Se a coisa continuar complicada, teremos que apelar para as companhias aéreas privadas. Nosso limite máximo é 30 de setembro", disse Candiotto.
A FAB evita vincular o auxílio às vítimas do conflito no Líbano ao vôo dos pingüins.
"O avião que está no Líbano é um KC 137. O que normalmente se usa para transportar os pingüins é um C 130 Hércules. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Trata-se apenas de uma questão de calendário", afirmou o tenente-coronel Fagundes.
Inexperientes
Todos os anos, entre junho e agosto, muitos dos pingüins procedentes do estreito de Magalhães, no sul do continente, chegam à costa do Rio.
Segundo veterinários consultados pela Folha, costumam ser animais jovens e inexperientes que, em busca de comida, se afastam do litoral e acabam caindo em correntes marítimas que os trazem ao Brasil.
Quando chegam aqui, estão sempre muito debilitados e precisam ser hospedados no Zoológico de Niterói, que lhes oferece antibióticos, antifúngicos, soro e uma superalimentação.
Tudo para que eles possam retornar ao meio ambiente sãos e salvos.
"Agora, temos cerca de 50 animais sendo tratados, mas que não suportam muito bem uma temperatura de mais de 19C. Hoje [ontem], no Rio, faz 23C", declarou a presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói.
Calor
O veterinário do zoológico, Thiago Muniz, disse à Folha que cerca de 15 pingüins já estão prontos para viajar e só estão à espera de um avião para levá-los ao Rio Grande do Sul.
"O que temos é um recinto-hospital. Para manter os animais saudáveis aqui, precisaríamos de um ambiente climatizado e especial que não existe. Por enquanto, o calor e a falta de umidade não estão afetando muito a vida deles, mas precisam sair daqui antes de novembro de qualquer jeito."
De acordo com Candiotto, a única saída apresentada até agora é um vôo que decolará rumo à Antártida em 23 de setembro e que poderia pousar no Rio Grande do Sul para deixar os pingüins.
"Isso implica manter as aves aqui por mais dois meses. Mas elas consomem cerca de 20% do orçamento da fundação só com medicamentos e alimentação. É muito!"
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