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07/08/2006 - 11h48

Ministro da Justiça diz estar "amedrontado" por ataques do PCC

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda-feira que, como cidadão, também está com medo dos novos ataques atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital), ocorridos nesta manhã. "Eu faço parte da população, também estou amedrontado", disse.

Uma nova série de ataques a forças de segurança e alvos civis aconteceu em São Paulo, principalmente das 4h às 5h. Prédios públicos, como as sedes do Ministério Público Estadual e da Secretaria de Estado da Fazenda, foram atingidos por bombas caseiras. Diversas agências bancárias foram alvejadas com tiros ou incendiadas. A Polícia Civil e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) também foram alvos.

Bastos reforçou sua oferta ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), de acionar as Forças Armadas para reforçar a segurança no Estado.

"Continuam à disposição as Forças Armadas. Se se precisar que elas façam uma presença não só com homens, mas também com equipamentos, com viaturas, também com aeronaves, elas estão à disposição, nós temos um plano de contingência preparado", afirmou o ministro, que participou de um seminário promovido pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) para estudantes de direito.

Para Bastos, que lembrou que a decisão é única e exclusivamente do Estado, a presença das Forças Armadas já poderia ter resolvido o problema com o PCC. "Eu acredito que se a gente colocasse operações do Exército aqui, elas teriam um efeito dissuasório muito grande, como teriam tido em maio, como teriam tido em julho, como teriam tido agora."

O ministro citou mais duas medidas que vai propor ao governador ainda nesta segunda. A primeira delas é que o presídio federal de segurança máxima de Catanduvas (PR) tem vagas à disposição de São Paulo. "São Paulo querendo, São Paulo julgando oportuno, mande para lá quantos detentos, quantos sentenciados seja conveniente fazer", afirmou.

A outra medida mencionada por Bastos seria a implantação de um gerenciador de crises federal no Estado, o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública. "Eu vou propor de novo ao governador que se acelere a instalação disso, que é um gabinete de gerenciamento de crise reunido permanentemente até que a situação em São Paulo tenha uma clareira e uma luz no fim do túnel".

Bastos fez um apelo para que nesta crise de segurança não se perca tempo com "guerra eleitoral", mas ressaltou que Lembo vem sendo "absolutamente leal".

"É preciso evitar de todas as maneiras a disputa política, a guerra eleitoral. Porque isso torna difícil, isso prejudica, isso beneficia os bandidos. Precisamos trabalhar de uma maneira impessoal, republicana, em que não haja disputa nem discussão por televisão a respeito das coisas", disse.

Violência

Esta é a terceira série de ataques contra forças de segurança e alvos civis --como agências bancárias, postos de gasolina e ônibus-- promovida pelo PCC, desde o começo do ano.

Os primeiros atentados ocorreram entre os dias 12 e 19 de maio. Foram 299 ações, incluindo incêndios a ônibus. Simultaneamente, uma onda de motins atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista. Na ocasião, a onda de violência foi interpretada como uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa.

Nos dois meses seguintes, criminosos mataram 16 agentes penitenciários, de acordo com o sindicato que representa a categoria.

Uma segunda série de ataques ocorreu entre os últimos dias 11 e 14 de julho. Desta vez, os principais alvos foram os ônibus. Quase cem foram incendiados ou atacados a tiros, em todo o Estado. Durante os ataques, prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas e agentes de segurança também foram atacados. Oito morreram.

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