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10/08/2006
-
09h12
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em reunião ontem com o comando das Forças Armadas, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a Polícia Federal, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi informado de que, conforme dados levantados pelos respectivos serviços de inteligência, o PCC (Primeiro Comando da Capital) continua mobilizado.
Apesar de sua capacidade de mobilização persistir, a facção sofreu algumas baixas, segundo informações levadas ao ministro pelo diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda. Ele relatou que, desde maio, em operações de apreensão de drogas e armas, foram presos dez integrantes do PCC que ocupariam posição relevante na hierarquia da organização.
Assim, acredita a PF, a ofensiva dos serviços de inteligência tem avançado nas ações voltadas a sufocar as fontes de renda dos criminosos e a capturar integrantes de sua estrutura de comando --ainda que a movimentação da facção criminosa revele que seu poder de fogo não arrefeceu.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, que chegou ao encontro depois que os debates já haviam sido concluídos, disse estar "perplexo" com a posição refratária de São Paulo à disposição do governo de mandar tropas federais para atuar como força de segurança dos moradores no Estado.
"[Com a situação] que está ocorrendo em São Paulo, é, para minha perplexidade, que não se esteja fazendo uma ampla parceria, pensando na população, nas famílias, no sentimento das pessoas. Não entendo, como homem de vida democrática, mas não quero qualificar, não quero ser um repressor de comportamentos", afirmou, ao deixar o Ministério da Justiça.
Pires praticamente descartou a possibilidade de intervenção federal, devido à resistência do governo de São Paulo, conforme exige a lei, de solicitar formalmente ao governo federal a intervenção militar --situação em que o comando das ações passaria necessariamente ao Exército.
"Para haver uma intervenção, só catástrofe. É uma regra absolutamente excepcional. Nós não faremos", disse, com a ressalva de que a decisão final para adotar uma medida tão drástica caberá à população.
No entendimento do ministro, como "a imprensa é uma expressão cotidiana da aspirações do povo", se houver uma decisão do povo em favor da intervenção, isso deverá aparecer nos veículos de comunicação.
Especial
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Para União, PCC continua mobilizado
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Em reunião ontem com o comando das Forças Armadas, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a Polícia Federal, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi informado de que, conforme dados levantados pelos respectivos serviços de inteligência, o PCC (Primeiro Comando da Capital) continua mobilizado.
Apesar de sua capacidade de mobilização persistir, a facção sofreu algumas baixas, segundo informações levadas ao ministro pelo diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda. Ele relatou que, desde maio, em operações de apreensão de drogas e armas, foram presos dez integrantes do PCC que ocupariam posição relevante na hierarquia da organização.
Assim, acredita a PF, a ofensiva dos serviços de inteligência tem avançado nas ações voltadas a sufocar as fontes de renda dos criminosos e a capturar integrantes de sua estrutura de comando --ainda que a movimentação da facção criminosa revele que seu poder de fogo não arrefeceu.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, que chegou ao encontro depois que os debates já haviam sido concluídos, disse estar "perplexo" com a posição refratária de São Paulo à disposição do governo de mandar tropas federais para atuar como força de segurança dos moradores no Estado.
"[Com a situação] que está ocorrendo em São Paulo, é, para minha perplexidade, que não se esteja fazendo uma ampla parceria, pensando na população, nas famílias, no sentimento das pessoas. Não entendo, como homem de vida democrática, mas não quero qualificar, não quero ser um repressor de comportamentos", afirmou, ao deixar o Ministério da Justiça.
Pires praticamente descartou a possibilidade de intervenção federal, devido à resistência do governo de São Paulo, conforme exige a lei, de solicitar formalmente ao governo federal a intervenção militar --situação em que o comando das ações passaria necessariamente ao Exército.
"Para haver uma intervenção, só catástrofe. É uma regra absolutamente excepcional. Nós não faremos", disse, com a ressalva de que a decisão final para adotar uma medida tão drástica caberá à população.
No entendimento do ministro, como "a imprensa é uma expressão cotidiana da aspirações do povo", se houver uma decisão do povo em favor da intervenção, isso deverá aparecer nos veículos de comunicação.
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