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10/08/2006 - 13h17

Começa júri de mulher acusada de matar babá de 11 anos no Pará

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da Folha Online

Começou nesta quinta-feira o júri de Roberta Sandreli, 21, suspeita de ter participado da tortura e morte de uma menina de 11 anos que trabalhava na casa dela como empregada doméstica, em novembro de 2005, em Belém (PA). O então companheiro e suposto comparsa dela no crime, Ronivaldo Guimarães Furtado, será julgado separadamente.

O corpo da menina foi encontrado dentro da casa onde os réus moravam. Ela havia sido entregue pela mãe três meses antes, para trabalhar como babá da filha do casal, de aproximadamente dois anos. A mãe concordou com a proposta graças a promessas de estudo e de presentes.

Segundo o Centro de Defesa dos Direitos da Criança de Belém, o caso pode ser o primeiro envolvendo trabalho infantil a ir a júri popular.

Sandreli acusa o ex-companheiro de ter cometido o crime. Ela relata que ele era violento e mantinha as três --ela, a filha e a babá-- em cárcere privado. Furtado, por sua vez, acusa a mulher. Ele diz que Sandreli espancou a garota à morte por ciúme.

O laudo necroscópico atesta que a menina foi estuprada, recebeu choques elétricos, sofreu queimaduras e foi espancada à morte. Ela apresentava hematomas e ferimentos em diversas partes do corpo, quando morreu.

O casal responde por homicídio qualificado por motivo torpe e fútil, uso de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, além de cárcere privado e concurso material pela prática de crimes, segundo a assessoria de imprensa do TJ (Tribunal de Justiça) do Pará.

Furtado tenta impedir a realização de seu júri. Recentemente, ele passou por um exame psiquiátrico que atestou sua "total incapacidade". O réu, agora, deverá ser submetido a uma segunda avaliação, proposta pelo Ministério Público Estadual, que questiona a alegada confusão mental.

Júri

O julgamento de Sandreli começou às 8h25 desta quinta. Ele acontece no Tribunal do Júri de Belém e é presidido pelo juiz Raimundo Flexa. O conselho de sentença que decidirá sobre a culpabilidade de Sandreli é composto por três homens e quatro mulheres.

A sessão é transmitida pela internet, no site do TJ. A previsão é que o julgamento termine na sexta-feira (11).

Em seu interrogatório, a mulher afirmou que a menina desmaiou enquanto tomava banho, depois de ter apanhado do patrão. Segundo o depoimento dela, ela foi obrigada pelo marido a descascar um fio elétrico e dar choques na menina, para reanimá-la. "Fiquei com medo. Estava com a minha filha no colo e ele me ameaçava", disse a ré aos jurados.

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