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19/08/2006
-
09h51
REGIANE SOARES
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Em seu primeiro encontro com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, após troca de farpas durante a terceira onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, disse na sexta-feira (18) que, desta vez, houve "certa humildade" do governo federal.
Em entrevista coletiva após a reunião do recém-instalado Gabinete de Gestão Integrada, Saulo disse que gostou do encontro porque o governo federal se mostrou disposto a "colaborar em investigações que o Estado de São Paulo não tem competência". "Teve uma certa humildade em dizer que está faltando esse tipo de serviço."
O secretário se referia ao rastreamento de contas bancárias de criminosos e ao controle das fronteiras para evitar o tráfico de drogas e de armas.
"Que instrumentos um secretário estadual de segurança tem para lidar com toda essa gama de política pública? Nenhum. Isso é papel exclusivo da Presidência da República, dos ministérios e da União.'
O ministro e o secretário não se encontravam desde o dia 7 de agosto, quando bateram boca pela imprensa. Na ocasião, Bastos afirmou que, se o Estado tivesse aceitado o envio das Forças Armadas, a situação estaria controlada; e Saulo disse que o ministro "faltou com a verdade" quando anunciou a liberação imediata de R$ 100 milhões para o Estado e disse que entregaria o cargo se a verba saísse ainda neste ano. Questionado ontem sobre o assunto, Saulo disse que é "evidente" que continua no cargo, pois os recursos ainda não foram liberados. "O ministro não trouxe o dinheiro que disse que ia trazer. Eu até falei para ele, mas ainda não veio".
Dos R$ 100 milhões prometidos, R$ 44 milhões foram transferidos para o caixa do Estado no dia 11 de agosto.
Reunião amistosa
Sobre o reencontro após o bate-boca, Saulo disse que a reunião foi amistosa. "Nós somos amigos. Meu relacionamento pessoal é cordial. Lamentavelmente eu sou secretário de Segurança e tenho que cobrar", afirmou Saulo.
O secretário disse que não há nenhuma resistência do Estado para transferir presos para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. "Saber que existem 40 vagas em Catanduvas é importante. Usar, são outros quinhentos, porque muitas vezes interessa manter o preso próximo para monitorá-lo", comentou o secretário.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o PCC
Leia a cobertura completa sobre a onda de ataques em São Paulo
Saulo diz que, agora, União foi humilde
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Colaboração para a Folha de S.Paulo
Em seu primeiro encontro com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, após troca de farpas durante a terceira onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, disse na sexta-feira (18) que, desta vez, houve "certa humildade" do governo federal.
Em entrevista coletiva após a reunião do recém-instalado Gabinete de Gestão Integrada, Saulo disse que gostou do encontro porque o governo federal se mostrou disposto a "colaborar em investigações que o Estado de São Paulo não tem competência". "Teve uma certa humildade em dizer que está faltando esse tipo de serviço."
O secretário se referia ao rastreamento de contas bancárias de criminosos e ao controle das fronteiras para evitar o tráfico de drogas e de armas.
"Que instrumentos um secretário estadual de segurança tem para lidar com toda essa gama de política pública? Nenhum. Isso é papel exclusivo da Presidência da República, dos ministérios e da União.'
O ministro e o secretário não se encontravam desde o dia 7 de agosto, quando bateram boca pela imprensa. Na ocasião, Bastos afirmou que, se o Estado tivesse aceitado o envio das Forças Armadas, a situação estaria controlada; e Saulo disse que o ministro "faltou com a verdade" quando anunciou a liberação imediata de R$ 100 milhões para o Estado e disse que entregaria o cargo se a verba saísse ainda neste ano. Questionado ontem sobre o assunto, Saulo disse que é "evidente" que continua no cargo, pois os recursos ainda não foram liberados. "O ministro não trouxe o dinheiro que disse que ia trazer. Eu até falei para ele, mas ainda não veio".
Dos R$ 100 milhões prometidos, R$ 44 milhões foram transferidos para o caixa do Estado no dia 11 de agosto.
Reunião amistosa
Sobre o reencontro após o bate-boca, Saulo disse que a reunião foi amistosa. "Nós somos amigos. Meu relacionamento pessoal é cordial. Lamentavelmente eu sou secretário de Segurança e tenho que cobrar", afirmou Saulo.
O secretário disse que não há nenhuma resistência do Estado para transferir presos para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. "Saber que existem 40 vagas em Catanduvas é importante. Usar, são outros quinhentos, porque muitas vezes interessa manter o preso próximo para monitorá-lo", comentou o secretário.
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