Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/08/2006 - 10h57

Para EUA, onda de ataques do PCC aconteceu no Rio

Publicidade

TALITA FIGUEIREDO
da sucursal da Folha de S.Paulo no Rio

Autoridades ligadas ao turismo estão revoltadas com um erro do site do Departamento de Estado Americano, em que um alerta aos viajantes que pretendem visitar o Rio, publicado em maio, descreve a cidade como palco de ataques a autoridades e a prédios públicos --ocorridos em São Paulo.

Acessada por turistas americanos, a página contém informações de quase todos os países do mundo. Quem lê o texto sobre o Brasil se assusta com os cuidados sugeridos para transitar nos grandes centros e até "nas áreas rurais".

No trecho que reserva ao Rio, o Departamento de Estado Americano erra ao afirmar que "esforços recentes de chefes do tráfico de drogas para externar seu poder fora de suas celas resultaram em sérios distúrbios na cidade: violência dirigida contra as autoridades e crimes contra a propriedade, incluindo atentados a tiros e explosões na madrugada próximas a hotéis e restaurantes freqüentados por turistas". O texto ressalta que não houve turistas americanos feridos.

O secretário estadual de Turismo, Sérgio Ricardo de Almeida, preocupa-se com os prejuízos econômicos que as informações erradas possam gerar no Rio de Janeiro. Ele entrou em contato com a cônsul para Educação, Cultura e Imprensa do Consulado do Rio, Catherine Jarvis, e pediu que a informação veiculada no site fosse corrigida o quanto antes.

O secretário municipal de Turismo, Rubem Medina, considera que, mais grave que o erro geográfico, é a veracidade da violência. Ele disse não acreditar que os turistas recorram à página do governo americano para se informar sobre os países que visitam. "É grave, e pedimos uma retratação. O Rio é a porta de entrada do país e é a sua maior propaganda."

O texto sobre o Brasil no site americano é recheado de alertas: "O crime chegou a níveis muito elevados", "com taxa de homicídio quatro vezes superior à dos EUA", que "continuam a crescer".

Se o turista quer visitar "praias, hotéis, discotecas, bares, clubes noturnos e estabelecimentos similares" deve ficar atento, já que "são os locais onde há maior índice de crimes". Apesar de o risco de sofrer algum tipo de violência ser maior à noite, o crime pode acontecer também de dia, e nem "as áreas mais seguras da cidade estão imunes aos ataques".

Nos aeroportos, recepções de hotéis, estações de ônibus e outros locais públicos, há punguistas. Furtos de bagagem e de laptops também são comuns.

O consulado dos EUA no Rio informou que vai reavaliar o conteúdo do site para consertar a informação sobre os ataques ao Rio e disse não saber informar qual setor é responsável por elaborar os textos publicados nem como as informações são colhidas. Até a conclusão desta edição, o texto não havia sido alterado.

Problemas cariocas

O Rio já foi alvo de ataques de traficantes presos, há cerca de quatro anos, quando prédios públicos foram atingidos por tiros, embora em uma intensidade menor do que as ações do PCC em São Paulo.

Entretanto, o problema que afeta o turismo na cidade maravilhosa hoje é outro. São os assaltos a turistas, como o que na semana passada provocou a morte de um jovem português, que tomam as páginas de jornais do mundo todo.

O número de assaltos forçou a PM a intensificar o policiamento ostensivo nos corredores turísticos, em especial na avenida Atlântica, em Copacabana --onde estão concentrados os assaltos.

O roubo a turistas no Rio cresceu 6,5% no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O número de furtos cresceu 7,6%.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre os ataques do PCC
  • Leia a cobertura completa sobre os ataques do PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página