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06/09/2006
-
09h36
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A CPI do Tráfico de Armas revelou ontem o novo esquema da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para tentar burlar as investigações policiais: a cooptação e infiltração de funcionários nas empresas de telefonia para antecipar informações sobre quebra de sigilos telefônicos.
Dois funcionários da Brasil Telecom em Mato Grosso do Sul, presos há duas semanas em operação da Polícia Federal, serão ouvidos pela CPI, na tentativa de detalhar como funcionava o esquema.
Segundo o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), esses funcionários mantinham a facção informada das quebras de sigilo solicitadas e depois antecipavam os dados que seriam repassados aos investigadores, sinalizando para o PCC quais eram os suspeitos que estavam sendo vigiados pela polícia.
A nova estratégia dos criminosos foi discutida a portas fechadas na CPI, em encontro que reuniu mais de 20 autoridades de vários Estados.
Segundo o deputado Neucimar Fraga (PL-ES), a comissão tentará modificar o trâmite dos pedidos de quebra de sigilo, para evitar que informações passem por diversas pessoas nas telefônicas.
Os dois funcionários, identificados em requerimento aprovado pela CPI como Michele Gonçalves Inácio e Walid Renato Chehade Marques, trabalhariam em áreas técnicas e jurídicas da empresa.
A empresa foi contatada pela reportagem, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. A reportagem também não conseguiu localizar os advogados dos funcionários.
A Polícia Federal teria chegado até eles na investigação que prendeu um policial militar da Força Nacional de Segurança acusado de enviar celulares e drogas para integrantes do PCC em presídios em Mato Grosso do Sul.
Exterior
Além disso, a CPI concluiu que já é possível classificar o PCC de "organização criminosa internacional", com braços no Paraguai e na Bolívia.
No Paraguai, o grupo atua de forma independente e "dominante" --o foco seria o tráfico de maconha e de armas.
Já na Bolívia, a facção estaria vinculada a outras organizações criminosas no tráfico de cocaína.
Moroni Torgan afirmou que as 600 armas apreendidas em operação conjunta anteontem em Pedro Juan Caballero (Paraguai) seriam encaminhadas pelos criminosos ao PCC.
A CPI analisa a possibilidade de envolver a Interpol na cooperação internacional de combate à facção criminosa.
Especial
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PCC cooptou funcionários de telefônicas
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A CPI do Tráfico de Armas revelou ontem o novo esquema da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para tentar burlar as investigações policiais: a cooptação e infiltração de funcionários nas empresas de telefonia para antecipar informações sobre quebra de sigilos telefônicos.
Dois funcionários da Brasil Telecom em Mato Grosso do Sul, presos há duas semanas em operação da Polícia Federal, serão ouvidos pela CPI, na tentativa de detalhar como funcionava o esquema.
Segundo o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), esses funcionários mantinham a facção informada das quebras de sigilo solicitadas e depois antecipavam os dados que seriam repassados aos investigadores, sinalizando para o PCC quais eram os suspeitos que estavam sendo vigiados pela polícia.
A nova estratégia dos criminosos foi discutida a portas fechadas na CPI, em encontro que reuniu mais de 20 autoridades de vários Estados.
Segundo o deputado Neucimar Fraga (PL-ES), a comissão tentará modificar o trâmite dos pedidos de quebra de sigilo, para evitar que informações passem por diversas pessoas nas telefônicas.
Os dois funcionários, identificados em requerimento aprovado pela CPI como Michele Gonçalves Inácio e Walid Renato Chehade Marques, trabalhariam em áreas técnicas e jurídicas da empresa.
A empresa foi contatada pela reportagem, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. A reportagem também não conseguiu localizar os advogados dos funcionários.
A Polícia Federal teria chegado até eles na investigação que prendeu um policial militar da Força Nacional de Segurança acusado de enviar celulares e drogas para integrantes do PCC em presídios em Mato Grosso do Sul.
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Além disso, a CPI concluiu que já é possível classificar o PCC de "organização criminosa internacional", com braços no Paraguai e na Bolívia.
No Paraguai, o grupo atua de forma independente e "dominante" --o foco seria o tráfico de maconha e de armas.
Já na Bolívia, a facção estaria vinculada a outras organizações criminosas no tráfico de cocaína.
Moroni Torgan afirmou que as 600 armas apreendidas em operação conjunta anteontem em Pedro Juan Caballero (Paraguai) seriam encaminhadas pelos criminosos ao PCC.
A CPI analisa a possibilidade de envolver a Interpol na cooperação internacional de combate à facção criminosa.
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