Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/09/2006 - 22h59

CPI acusa dono de rede de farmácias de chefiar grupo de extermínio

Publicidade

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

O relatório parcial da CPI que investiga grupos de extermínio, na Assembléia Legislativa do Ceará, divulgado ontem, pede o indiciamento de 13 pessoas.

Entre elas estão sete policiais militares e Deusmar Queiroz, dono de uma das maiores redes de farmácias do país, a Pague Menos. Eles são acusados de crimes de assassinato e tortura, entre outros, entre 2001 e 2003. As vítimas do grupo foram pelo menos 22 adolescentes, com sete mortes.

Para o relator da CPI, deputado estadual Paulo Duarte (PSDB), há provas suficientes de que o grupo de policiais, sob o comando do major Ernane de Castro, foi contratado pela rede de farmácias, para fazer uma segurança clandestina.

Os 22 adolescentes que foram vítimas do grupo eram vistos como assaltantes das farmácias. Alguns dos sobreviventes depuseram à CPI e relataram a violência que sofreram pelos policiais. Um deles, que disse ter sido atingido pelo major, teve de deixar o Ceará e está sob a guarda de um programa de proteção a testemunhas.

Além dos casos relacionados à rede de farmácia, o grupo de Castro é acusado, pelo Ministério Público Federal, de matar 30 pessoas. O major e seu advogado não foram encontrados. Em depoimento à CPI, ele negou qualquer envolvimento com os crimes.

O relatório deverá ir a votação na próxima semana. Para o advogado de Queiroz, Neuzemar Gomes de Moraes, não há nenhuma prova de que seu cliente tenha tido qualquer envolvimento nos crimes. "Ainda que este relatório seja aprovado, a Justiça irá corrigir tal distorção e será provada a inocência dele", disse o advogado.

O caso veio a público em maio do ano passado, com a divulgação de gravações de conversas telefônicas, feitas com autorização da Justiça, pela Polícia Federal. Desde então, os policiais envolvidos estão afastados. Há indícios até de que houve omissão da Polícia Civil, ao abrir os procedimentos de investigação sobre as mortes relacionadas ao grupo, mas não prosseguir.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre grupos de extermínio
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página