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09/09/2006 - 10h24

Polícia reforça tese de elo entre furto ao Banco Central e ataques do PCC

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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Polícia Federal afirma ter provas que comprovam que parte dos R$ 164,8 milhões levados do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005, foi usada para financiar rebeliões em presídios e ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado de São Paulo.

Para os agentes da PF, membros da família Laurindo, apontados como mentores do assalto, participaram direta e indiretamente dos ataques.

O principal elo com o PCC é Raimundo Laurindo Neto, que foi preso há uma semana na Operação Facção Toupeira com mais quatro irmãos sob a acusação de liderar a quadrilha que planejava roubar, por meio de um túnel, duas agências bancárias na cidade de Porto Alegre.

Conforme dados obtidos pela DPAT (Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio da PF), pelo menos R$ 50 milhões levados do BC teriam ido para os cofres do PCC. Parte do dinheiro financiou os ataques.

Parceria

Para a PF, juntamente com os irmãos Ricardo e Giovan, Raimundo participava das ações criminosas em parceria com o PCC, o que inclui tráfico de drogas, assalto a mão armada, entre outras práticas.

Dois outros membros da família, Lucilane e Veriano, ocupavam-se de lavar o dinheiro obtido pelos bandidos. Para isso, usavam como fachada pequenos estabelecimentos comerciais.

Com exceção de Raimundo Neto, que está detido em Brasília, os integrantes da família Laurindo, parte dos 44 presos na operação Facção Toupeira, foram presos em São Paulo, onde começam a prestar depoimento à Polícia Federal a partir de hoje.

Lavagem de dinheiro

Além de Raimundo Laurindo Neto, a PF mantém presos em Brasília Benedito Ferreira e Alessandro Rogério.

Na noite da última quarta-feira, ao prestar depoimento, Ferreira confirmou ter recebido dinheiro de Raimundo Neto em notas de R$ 50 --exatamente o tipo de cédula roubada do BC em Fortaleza.

Segundo contou o ex-tenente da Polícia Militar, o dinheiro serviu para comprar um posto de gasolina em Marabá, cidade na qual foi preso, além de imóveis rurais e urbanos no Pará. Para a PF, os negócios foram montados para lavar o dinheiro levado do BC.

Já Rogério é suspeito de ter ficado com R$ 1 milhão do BC. Ele negou a acusação, em depoimento à PF ontem. Mas há indícios de que teria recebido o dinheiro de Raimundo Neto e, em traição, adquirido pelo menos seis carros importados, para o seu uso pessoal ou para revenda, à revelia do "dono".

Na contabilidade mais recente, a PF conseguiu recuperar em dinheiro vivo R$ 21 milhões dos R$ 164,8 milhões furtados do BC de Fortaleza.

O valor recuperado pode chegar a R$ 30 milhões, contabilizando os bens imóveis que teriam sido comprados pela quadrilha para lavar o dinheiro.

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