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11/09/2006 - 19h56

Polícia ouve sexta testemunha da morte do coronel Ubiratan

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da Folha Online

O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), ouve na noite desta segunda-feira a sexta testemunha do assassinado do coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual coronel Ubiratan Guimarães (PTB), morto no fim de semana.

O nome da testemunha não foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O delegado deve ouvir, ao todo, oito testemunhas, além da namorada do coronel, a advogada Carla Cepollina, ouvida informalmente nesta manhã. Ela foi a última pessoa a ser vista com o coronel.

Folha Imagem
Coronel Ubiratan Guimarães, assassinado com um tiro em casa, em São Paulo
Coronel Ubiratan Guimarães, assassinado com um tiro em casa, em São Paulo
O crime ocorreu no apartamento do coronel, nos Jardins --região nobre na zona oeste da cidade. Ubiratan foi assassinado com um único tiro, que o atingiu na região do abdômen. O corpo foi localizado por volta das 22h30 de domingo (10), mas há suspeitas de que o crime tenha ocorrido entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, já que os jornais do dia permaneciam do lado de fora da porta.

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), descartou na manhã desta segunda-feira o possível envolvimento do crime organizado no assassinato. Já o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, e o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disseram que nenhuma hipótese pode ser descartada ainda.

Ele disse que uma arma da vítima --um revólver calibre 38-- desapareceu do apartamento após o crime, mas ainda aguarda laudo para saber se o tiro que atingiu o coronel corresponde ao calibre da arma levada. Outras armas --que também seriam no coronel-- foram encontradas no apartamento.

Investigações

Entre as hipóteses para o assassinato está a de crime passional, segundo a polícia. Outra possibilidade que deve ser analisada é a ligação com o assassinato do diretor do Carandiru na época do massacre, José Ismael Pedrosa, morto em outubro do ano passado em Taubaté (130 km de São Paulo), num crime atribuído ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, a advogada disse que passou a manhã de sábado com Ubiratan em uma hípica e, depois, participaram de um evento político e seguiram para o apartamento do coronel. Ela teria relatado à polícia que, por volta das 18h, discutiram, após Ubiratan receber um telefonema.

Carandiru

O coronel comandou, em 1992, a operação que ficou conhecida como massacre do Carandiru e resultou na morte de 111 presos.

Em 2001, ele chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelas mortes de 102 presos e por cinco tentativas de homicídio, num julgamento em primeira instância. Ele não foi acusado pelas 111 mortes porque laudo do Instituto Médico Legal mostrou que alguns presos foram mortos por armas brancas, como facas, o que poderia indicar que foram golpeados por rivais durante a rebelião que antecedeu a operação policial no Carandiru.

Réu primário, recorreu da sentença em liberdade. Em fevereiro último, os desembargadores do TJ (Tribunal de Justiça) anularam a pena e inocentaram Ubiratan. Dias depois, o mesmo Órgão Especial do TJ modificou o resumo do acórdão que absolveu o coronel. A mudança estabeleceu que os desembargadores não "declararam absolvido o réu", mas apenas "reconheceram" que ele tinha sido absolvido pelo Tribunal de Júri.

A operação que resultou no massacre ocorreu após uma rebelião sem reféns no Carandiru, e o caso teve repercussão internacional. A Casa de Detenção foi desativada em setembro de 2002. Em dezembro daquele ano, três pavilhões foram implodidos, inclusive o 9, onde ocorreram as mortes.

Perfil

Ubiratan trabalhou 34 anos na Polícia Militar. Nos anos 70, durante a ditadura militar, combateu as ações guerrilheiras no Vale do Ribeira (SP). Como oficial, comandou a Cavalaria, a Rota e o Policiamento Metropolitano. E foi na condição de comandante do Policiamento Metropolitano que o coronel liderou a operação no Carandiru. O deputado atualmente disputava a reeleição. Ele nunca foi preso pela operação que resultou no massacre, ocorrido em outubro de 1992.

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