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13/09/2006 - 10h09

Namorada diz à polícia que coronel brigou com assessor

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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

Em seu depoimento ontem aos investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a namorada do coronel Ubiratan Guimarães, a advogada Carla Cepollina revelou que, no dia 1º de setembro, dentro da padaria Real, em Perdizes (zona oeste de São Paulo), o namorado teve uma séria discussão com seu principal assessor político, o também coronel da reserva da PM Gérson Vitória.

A briga entre Ubiratan e o assessor, segundo a advogada criminalista Liliana Prinzivalli, mãe de Carla, ocorreu quando Ubiratan já havia bebido algumas doses de uísque com o próprio coronel Vitória e também com a namorada. O deputado chegou a demitir o assessor e também a dizer que "ele não servia" para auxiliá-lo na campanha política para a reeleição. Depois, acabou voltando atrás.

Nos momentos de maior exaltação da briga, Ubiratan, segundo o relato de Carla à polícia, deu vários tapas na mesa, e isso chamou a atenção das pessoas que estavam no local.

Responsável pela contabilidade da campanha e do gabinete do deputado, o coronel Vitória não quis comentar a briga. Disse que conhecia Ubiratan há mais de 40 anos e que sempre trabalharam juntos. "Cada um que tire suas conclusões."

Depondo na condição de testemunha do assassinato, Carla ainda entregou ontem à Polícia Civil uma lista com cerca de dez nomes de pessoas que, acredita, poderiam ter algum tipo de desavença com Ubiratan.

Segundo Liliana, que afirmou ter apenas "admiração profissional" pelo coronel, ele costumava beber muito e emprestar dinheiro para muitas pessoas. Uma delas seria uma ex-assessora do deputado, demitida por ele recentemente e que ainda devia uma certa quantia em dinheiro a ele.

Tanto para Carla quanto para sua mãe, o assassino de Ubiratan poderia estar escondido no apartamento ou em alguma parte do prédio. Liliana acompanhou o depoimento da filha até as 16h30, mas passou mal e deixou o local.

Ontem pela manhã, em entrevista à Rádio Record, Carla disse que "as pessoas deveriam ser mais cuidadosas" ao falar dela. Ela voltou a negar envolvimento no crime e disse que certamente não foi a última a ver o coronel com vida, pois essa pessoa "foi o assassino". "Eu me apresentei espontaneamente para um depoimento de três horas e entreguei roupas e o celular para a Justiça", disse.

A advogada também negou que seu relacionamento com o coronel tivesse terminado. "Tenho notas de compras de sapato, de supermercado de dois, três dias antes [do crime]".

Carla disse que ele vinha sofrendo ameaças com mais freqüência, pois chegou a pedir ao filho que mora no interior para não vir dormir mais em sua casa. Ela diz confiar no trabalho da polícia, mas considera "que ainda há muito a investigar".

Ao ser questionada sobre o fato de não ter ido ao enterro, ela hesitou e respondeu que, devido às suposições que estão sendo publicadas a seu respeito, "o clima não era bom".

Colaborou o Agora

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o coronel Ubiratan
  • Leia a cobertura completa sobre a morte do coronel Ubiratan
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