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19/09/2006
-
09h44
RAPHAEL GOMIDE
TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, no Rio
A organização da 75ª Assembléia Geral da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) preparou uma "Cartilha de Segurança" para os participantes do evento, que acontece de hoje a sexta-feira no Rio. Curiosamente, o público-alvo das cartilhas da Polícia Federal é composto por agentes de segurança de elite, vindos de mais de 150 países.
O maior temor do coordenador de Segurança da assembléia, o delegado Wilson Damásio, é que algum episódio de violência urbana macule a imagem e desmoralize as forças policiais do Brasil, justamente durante seminário do gênero. "Um incidente daria repercussão internacional", afirmou.
A Polícia Federal vai escoltar todos os participantes do aeroporto até seus hotéis. Eles foram hospedados num raio máximo de um quilômetro do local do evento, o Forte de Copacabana, e há policiamento na orla em horário integral. Copacabana tem sido apresentada recentemente como local de perigo na cidade. Há cerca de um mês, um turista português foi morto a facada na praia.
"O problema é que os turistas não seguem as regras de segurança. Tem que andar no calçadão, que é bem iluminado. Aí, o sujeito acha de ir molhar os pés na água, onde não tem a proteção policial", disse Damásio.
O terceiro item da cartilha aos visitantes deixa clara a paranóia: "Caso deseje sair por conta própria, procure a orientação da equipe de segurança e esteja sempre em grupo". A coordenação de segurança vai virar uma espécie de "babá" e poderá até vetar passeios. "Vamos avaliar, e autorizaremos ou não; se for o caso, colocaremos equipe de apoio." Visita guiada à favela da Rocinha, por exemplo, nem pensar.
Jóias vetadas
A maioria dos 18 itens da cartilha dá dicas de como evitar assaltos no Rio. "Procure limitar os passeios à orla de Copacabana, evitando as vias transversais e a faixa de areia no horário noturno." Há ainda sugestões para evitar sair com "elevada quantia em dinheiro", "portar câmera e/ou filmadora ostensivamente", não passear com o passaporte original nem andar nas ruas "usando jóias ou relógios de valor muito elevado".
Para traçar o plano de segurança, a PF buscou ajuda da Secretaria de Segurança do Estado e identificou 642 "zonas de criminalidade" na cidade. Entre os lugares assim considerados estão alguns pontos turísticos, os principais corredores de acesso à cidade e favelas.
Cerca de 600 agentes federais e 600 policiais militares e civis, guardas municipais e bombeiros estão mobilizados para o evento.
De acordo com o delegado Damásio, os participantes da assembléia foram orientados a não trazer armas nem andar armados pelas ruas do Rio, porque já teriam segurança.
Porém policiais de países com acordo de reciprocidade com o Brasil (caso dos EUA e da Alemanha, por exemplo) podem fazê-lo, desde que tenham obtido autorização provisória da Polícia Federal.
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TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, no Rio
A organização da 75ª Assembléia Geral da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) preparou uma "Cartilha de Segurança" para os participantes do evento, que acontece de hoje a sexta-feira no Rio. Curiosamente, o público-alvo das cartilhas da Polícia Federal é composto por agentes de segurança de elite, vindos de mais de 150 países.
O maior temor do coordenador de Segurança da assembléia, o delegado Wilson Damásio, é que algum episódio de violência urbana macule a imagem e desmoralize as forças policiais do Brasil, justamente durante seminário do gênero. "Um incidente daria repercussão internacional", afirmou.
A Polícia Federal vai escoltar todos os participantes do aeroporto até seus hotéis. Eles foram hospedados num raio máximo de um quilômetro do local do evento, o Forte de Copacabana, e há policiamento na orla em horário integral. Copacabana tem sido apresentada recentemente como local de perigo na cidade. Há cerca de um mês, um turista português foi morto a facada na praia.
"O problema é que os turistas não seguem as regras de segurança. Tem que andar no calçadão, que é bem iluminado. Aí, o sujeito acha de ir molhar os pés na água, onde não tem a proteção policial", disse Damásio.
O terceiro item da cartilha aos visitantes deixa clara a paranóia: "Caso deseje sair por conta própria, procure a orientação da equipe de segurança e esteja sempre em grupo". A coordenação de segurança vai virar uma espécie de "babá" e poderá até vetar passeios. "Vamos avaliar, e autorizaremos ou não; se for o caso, colocaremos equipe de apoio." Visita guiada à favela da Rocinha, por exemplo, nem pensar.
Jóias vetadas
A maioria dos 18 itens da cartilha dá dicas de como evitar assaltos no Rio. "Procure limitar os passeios à orla de Copacabana, evitando as vias transversais e a faixa de areia no horário noturno." Há ainda sugestões para evitar sair com "elevada quantia em dinheiro", "portar câmera e/ou filmadora ostensivamente", não passear com o passaporte original nem andar nas ruas "usando jóias ou relógios de valor muito elevado".
Para traçar o plano de segurança, a PF buscou ajuda da Secretaria de Segurança do Estado e identificou 642 "zonas de criminalidade" na cidade. Entre os lugares assim considerados estão alguns pontos turísticos, os principais corredores de acesso à cidade e favelas.
Cerca de 600 agentes federais e 600 policiais militares e civis, guardas municipais e bombeiros estão mobilizados para o evento.
De acordo com o delegado Damásio, os participantes da assembléia foram orientados a não trazer armas nem andar armados pelas ruas do Rio, porque já teriam segurança.
Porém policiais de países com acordo de reciprocidade com o Brasil (caso dos EUA e da Alemanha, por exemplo) podem fazê-lo, desde que tenham obtido autorização provisória da Polícia Federal.
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