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26/09/2006 - 11h48

Polícia considera esclarecido assassinato de Ubiratan e culpa Carla

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da Folha Online

O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse nesta terça-feira que a polícia paulista considera esclarecido o assassinato do deputado estadual e coronel da PM Ubiratan Guimarães e que sua namorada, a advogada Carla Cepollina, 40, será indiciada amanhã. "Para o DHPP, o caso está 100% esclarecido e é isso que vamos apresentar para o Poder Judiciário e Ministério Público. Fechamos o caso", afirmou.

O processo de indiciamento começou na segunda-feira (25), quando Carla prestou depoimento pela quarta vez pela Polícia Civil. Ela, que era tratada como testemunha desde o início das investigações, foi ouvida pela primeira vez na condição de suspeita. O depoimento foi suspenso depois de aproximadamente sete horas e deveria ser retomado nesta terça, mas foi adiado. Carla nega envolvimento no crime.
Diego Padgurschi/Folha Imagem
Armas apreendidas na casa de Liliana Prinzivalli, mãe da namorada de Ubiratan
Armas apreendidas na casa de Liliana Prinzivalli, mãe da namorada de Ubiratan


Aproximadamente uma hora e meia após a polícia suspender o depoimento, investigadores do DHPP iniciaram uma busca no apartamento de Carla. Durante a operação, três armas foram apreendidas. Segundo a polícia, uma carabina localizada no apartamento pertence à advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla, que foi autuada por posse irregular. Ela pagou fiança de R$ 800 e foi liberada.

As outras duas armas --um revólver calibre 38 e uma pistola-- seriam do pai de Liliana, Luigi Prinzivalli, que morreu em 2002.

"É absolutamente improvável que alguma dessas armas tenha sido usada no crime", disse Costa Filho. Segundo ele, outros objetos foram recolhidos. Detalhes não foram divulgados porque o caso corre sob segredo de Justiça.

Nenhuma prova material que ligue Carla ao crime foi oficialmente apresentada. Apesar de alguns laudos do IC (Instituto de Criminalística) ainda não terem sido concluídos, o delegado afirma que, para a polícia, o caso está solucionado. "Nada que venha do IC agora poderia alterar nossa convicção absoluta de que Carla Cepollina é autora do homicídio que vitimou o coronel."

Para o advogado de Carla, Antonio Carlos de Carvalho Pinto, os indícios que apontam a autoria do crime para sua cliente são "esquálidos e nem um pouco consistentes". "Prova é igual a certeza. Nem por isso a soma de indícios é capaz de produzir uma certeza".

O advogado afirma que ainda não tem conhecimento de todo o inquérito. "Assumi a causa há 24 horas e ainda preciso ler o inquérito".

Crime

Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, Ubiratan morreu com um tiro no abdômen, no último dia 9. O corpo foi encontrado na noite seguinte, enrolado em uma toalha, no apartamento dele, nos jardins, zona oeste de São Paulo.

Uma das sete armas que o coronel mantinha em casa --um revólver calibre 38-- não foi encontrada no local do crime. Segundo a polícia, o coronel foi morto com uma bala do mesmo calibre, que poderia ser de uma munição especial, segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione.

Depoimento

Segundo informações da polícia, na primeira vez que foi ouvida Cepollina teria confirmado uma discussão com Ubiratan por causa de um telefonema recebido na noite do crime, de uma delegada da Polícia Federal, amiga de Ubiratan. A mãe da namorada do coronel negou que tenha havido uma briga entre os dois.

Na semana passada, o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou um habeas corpus preventivo pedido em favor de Cepollina. O pedido havia sido feito pela mãe de Carla, alegando coação ilegal, de acordo com o tribunal. Em sua decisão, o desembargador José Orestes de Souza Nery, da 9ª Câmara Criminal, não há evidências de ilegalidade.

A investigação corre sob segredo de Justiça, determinado pelo juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri, no dia 15. No mesmo dia, Chequini determinou a quebra de sigilo telefônico do coronel, de sua namorada e de mais seis pessoas.

Com TATIANA FÁVARO, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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