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01/10/2006
-
09h16
MÁRVIO DOS ANJOS
RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo
João Ariano, 1 ano e 8 meses, voava com a mãe, a médica radiologista Fabiana Granjeiro Calandrini, e a babá, Antônia Carla Oliveira, e pode ter sido a vítima mais jovem do vôo 1907.
Natural de Esperança, na Paraíba, Fabiana, 35, mora em Manaus com o marido, o radiologista paulista Denis Calandrini. De Brasília, iriam para Campina Grande, onde ela vota.
Motivos de trabalho, porém, fizeram Denis desistir da viagem no dia do embarque. Preferiu encontrá-los na sexta para apadrinhar no sábado, junto com a mulher, o casamento de um dos irmãos dela.
O vôo da Gol encontrou ao menos dois passageiros por acaso. A pesquisadora Marilene Bovi, de Campinas, e o professor Hugo Otto Beyer, de Porto Alegre (RS), não deveriam estar no Boeing 737-800 que caiu em MT. A razão: ambos anteciparam a volta.
Hugo, 45, professor de educação da Universidade Federal do RS, ministrou um curso da área em Manaus. Marilene, 58, mãe de dois filhos, integraria uma banca de seleção no Instituto Agronômico de Campinas.
"Ela iria voltar no vôo que saía às 3h de sábado, em vôo de outra companhia, acho que da TAM, mas desmarcou", afirmou Odair, com quem Marilene é casada há 32 anos. Ele estranhou quando o telefone de casa não tocou, às 18h de anteontem --a pesquisadora disse que ligaria assim que desembarcasse em Brasília. "Liguei no celular e ela não atendia. Aí vi a notícia pela CNN e fiquei preocupado", disse.
A preocupação virou medo, e o medo, horas depois do acidente, virou pragmatismo: ontem, quando falou à Folha, Odair se mostrou cético, quase conformado. "A gente tem esperança. Mas, sendo realista, sabe que não tem muita chance [de Marilene estar viva]. É muito difícil [escapar]."
Da Gol, o marido obteve poucas informações, por telefone: "O problema é que a Gol nos deu o mesmo nível de informação que a imprensa tinha", afirmou ele, que cogitava ir a MT.
A 1.150 km dali, a família de Hugo Beyer, também casado, também dois filhos, estava abalada. Uma empregada, ao telefone, afirmou apenas, a exemplo de Odair Bovi, que a Gol não havia dado detalhes.
A queda interrompeu também os planos de Luiz Bonaroski, curitibano de 33 anos, solteiro, que nos últimos dias andava feliz: programador do ABN Amro em Manaus, conseguira, após um ano, a transferência para Curitiba (PR). "Ele vinha de vez em quando, mas agora viria definitivamente", afirmou o pai, Luiz Carlos Bonaroski, voz de desânimo. A sexta era, segundo o pai, o último dia do filho, torcedor fanático do Coritiba, em Manaus.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Boeing da Gol
Confira a cobertura completa do vôo 1907
No avião, João Ariano, 1, voava com mãe e babá
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RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo
João Ariano, 1 ano e 8 meses, voava com a mãe, a médica radiologista Fabiana Granjeiro Calandrini, e a babá, Antônia Carla Oliveira, e pode ter sido a vítima mais jovem do vôo 1907.
Natural de Esperança, na Paraíba, Fabiana, 35, mora em Manaus com o marido, o radiologista paulista Denis Calandrini. De Brasília, iriam para Campina Grande, onde ela vota.
Motivos de trabalho, porém, fizeram Denis desistir da viagem no dia do embarque. Preferiu encontrá-los na sexta para apadrinhar no sábado, junto com a mulher, o casamento de um dos irmãos dela.
O vôo da Gol encontrou ao menos dois passageiros por acaso. A pesquisadora Marilene Bovi, de Campinas, e o professor Hugo Otto Beyer, de Porto Alegre (RS), não deveriam estar no Boeing 737-800 que caiu em MT. A razão: ambos anteciparam a volta.
Hugo, 45, professor de educação da Universidade Federal do RS, ministrou um curso da área em Manaus. Marilene, 58, mãe de dois filhos, integraria uma banca de seleção no Instituto Agronômico de Campinas.
"Ela iria voltar no vôo que saía às 3h de sábado, em vôo de outra companhia, acho que da TAM, mas desmarcou", afirmou Odair, com quem Marilene é casada há 32 anos. Ele estranhou quando o telefone de casa não tocou, às 18h de anteontem --a pesquisadora disse que ligaria assim que desembarcasse em Brasília. "Liguei no celular e ela não atendia. Aí vi a notícia pela CNN e fiquei preocupado", disse.
A preocupação virou medo, e o medo, horas depois do acidente, virou pragmatismo: ontem, quando falou à Folha, Odair se mostrou cético, quase conformado. "A gente tem esperança. Mas, sendo realista, sabe que não tem muita chance [de Marilene estar viva]. É muito difícil [escapar]."
Da Gol, o marido obteve poucas informações, por telefone: "O problema é que a Gol nos deu o mesmo nível de informação que a imprensa tinha", afirmou ele, que cogitava ir a MT.
A 1.150 km dali, a família de Hugo Beyer, também casado, também dois filhos, estava abalada. Uma empregada, ao telefone, afirmou apenas, a exemplo de Odair Bovi, que a Gol não havia dado detalhes.
A queda interrompeu também os planos de Luiz Bonaroski, curitibano de 33 anos, solteiro, que nos últimos dias andava feliz: programador do ABN Amro em Manaus, conseguira, após um ano, a transferência para Curitiba (PR). "Ele vinha de vez em quando, mas agora viria definitivamente", afirmou o pai, Luiz Carlos Bonaroski, voz de desânimo. A sexta era, segundo o pai, o último dia do filho, torcedor fanático do Coritiba, em Manaus.
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