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17/10/2006
-
11h14
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
da Folha de S.Paulo, em Ottawa
O resultado da leitura e análise das caixas-pretas do Boeing-737 da Gol e do jato Legacy-600 operado pela empresa americana de táxi aéreo ExcelAire animou a comissão de investigadores brasileiros no Canadá. O grupo, liderado pelo coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, tinha volta ao Brasil prevista para ontem, mas decidiu adiar o retorno para acompanhar a decodificação e o cruzamento de informações.
"A leitura foi bem-feita. O processamento dos dados foi muito útil, extraímos muita coisa. Como o trabalho andou, decidimos ficar mais tempo para termos a oportunidade de realizar as análises pessoalmente. O trabalho ainda não terminou. Estamos animados", disse Ferreira ontem à Folha.
A transcrição dos instrumentos é realizada no laboratório de engenharia da TSB (Transportation Safety Board), agência independente ligada ao governo canadense. Segundo Ferreira, o trabalho é feito por cooperação entre os dois países, sem custos para o Brasil.
Outro motivo para a permanência da comissão brasileira é a falta da caixa-preta com a gravação da conversa da cabine do Boeing. Até agora só foi encontrado o instrumento que registrou dados do vôo, como altitude, velocidade e direção. "É o tipo de informação da qual não posso abrir mão. Pode ser que surja um ponto diferente, que até então não sabíamos, e que vá de encontro a tudo que descobrimos", afirmou.
Os dados extraídos das caixas-pretas são processados no Canadá por meio de gráficos e confrontados com registros de tráfego aéreo, torre de comando, plano de vôo, radares, depoimento dos pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino --todos enviados do Brasil. "Muita coisa vem chegando aos poucos. A análise não é excludente, e as informações são trocadas com o Rio", disse o coronel Mounir Rahman, coordenador do grupo de investigação, em Ottawa.
Ferreira e Rahman disseram não poder revelar se o transponder estava ou não ligado no Legacy, por que o TCAS, o sistema anticolisão, não alertou a aproximação dos dois aviões, e se houve erro do controle de tráfego aéreo. Essas respostas isentariam ou definiriam o grau de culpabilidade dos pilotos americanos que conduziam o Legacy no momento do acidente com o vôo 1907 da Gol, que deixou 154 mortos.
"A fase em que estamos não permite isso. Ainda é cedo para falar qualquer coisa", avaliou Ferreira.
Especial
Leia a cobertura completa sobre o vôo 1907
Leia o que já foi publicado sobre acidentes aéreos
Leitura de caixas-pretas do Boeing da Gol e do Legacy anima comissão
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da Folha de S.Paulo, em Ottawa
O resultado da leitura e análise das caixas-pretas do Boeing-737 da Gol e do jato Legacy-600 operado pela empresa americana de táxi aéreo ExcelAire animou a comissão de investigadores brasileiros no Canadá. O grupo, liderado pelo coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, tinha volta ao Brasil prevista para ontem, mas decidiu adiar o retorno para acompanhar a decodificação e o cruzamento de informações.
"A leitura foi bem-feita. O processamento dos dados foi muito útil, extraímos muita coisa. Como o trabalho andou, decidimos ficar mais tempo para termos a oportunidade de realizar as análises pessoalmente. O trabalho ainda não terminou. Estamos animados", disse Ferreira ontem à Folha.
A transcrição dos instrumentos é realizada no laboratório de engenharia da TSB (Transportation Safety Board), agência independente ligada ao governo canadense. Segundo Ferreira, o trabalho é feito por cooperação entre os dois países, sem custos para o Brasil.
Outro motivo para a permanência da comissão brasileira é a falta da caixa-preta com a gravação da conversa da cabine do Boeing. Até agora só foi encontrado o instrumento que registrou dados do vôo, como altitude, velocidade e direção. "É o tipo de informação da qual não posso abrir mão. Pode ser que surja um ponto diferente, que até então não sabíamos, e que vá de encontro a tudo que descobrimos", afirmou.
Os dados extraídos das caixas-pretas são processados no Canadá por meio de gráficos e confrontados com registros de tráfego aéreo, torre de comando, plano de vôo, radares, depoimento dos pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino --todos enviados do Brasil. "Muita coisa vem chegando aos poucos. A análise não é excludente, e as informações são trocadas com o Rio", disse o coronel Mounir Rahman, coordenador do grupo de investigação, em Ottawa.
Ferreira e Rahman disseram não poder revelar se o transponder estava ou não ligado no Legacy, por que o TCAS, o sistema anticolisão, não alertou a aproximação dos dois aviões, e se houve erro do controle de tráfego aéreo. Essas respostas isentariam ou definiriam o grau de culpabilidade dos pilotos americanos que conduziam o Legacy no momento do acidente com o vôo 1907 da Gol, que deixou 154 mortos.
"A fase em que estamos não permite isso. Ainda é cedo para falar qualquer coisa", avaliou Ferreira.
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