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24/10/2006
-
08h54
da Folha Online
Recomeçou na manhã desta terça-feira o julgamento do mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 41, acusado de ter matado Jonatham Silva Vieira, 15, em 2003. O réu também é acusado de ter matado outras 12 crianças no Pará, mas nega os crimes. Na segunda-feira (23), ele confessou ter asfixiado Jonatham. No total, Brito é suspeito de ter matado 42 meninos, 30 deles no Maranhão. O júri deve terminar na quarta-feira (25).
De acordo com o TJ (Tribunal de Justiça) do Maranhão, nesta terça, serão ouvidas as testemunhas do processo. O julgamento acontece em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís (MA).
Na segunda-feira, Brito chorou ao ser interrogado pelo juiz Márcio de Castro Brandão, e disse que, quando era criança, foi espancado "até sangrar" pela avó --com quem vivia-- e sofreu abusos sexuais por um homem chamado Carlito. Ao confessar ter matado o adolescente, Brito disse tê-lo associado ao seu suposto agressor. "Estava vendo o Carlito na minha frente."
Sobre a confissão, ainda na segunda-feira, o advogado de Brito, Erivelton Lago, afirmou que, há aproximadamente uma semana, encontrou-se com o cliente e ele reafirmou a versão do crime que consta no processo --a de que o garoto morreu após bater a cabeça em uma árvore e cair, enquanto ele e Brito apanhavam açaí.
Julgamento
O júri ocorre sob forte esquema de segurança e protestos. Familiares das vítimas e representantes de entidades de direitos humanos reivindicam a condenação do acusado.
Além de familiares de Jonatham e de outros garotos mortos, também acompanham o júri representantes do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, da Rede Amiga da Criança, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua e do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, entre outros, afirma o Tribunal de Justiça.
Vítimas
Em abril de 2004, a polícia encontrou duas ossadas enterradas na casa de Brito. O mecânico, então, disse ter matado outros meninos, de acordo com a polícia. Apesar de admitir os assassinatos, ele diz não lembrar do momento ou motivos dos crimes.
Brito responde a outros 22 processos na Justiça do Maranhão relativos à morte de 24 meninos entre 9 e 15 anos de idade, ocorridas entre 1991 e 2003 em São Luís, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Os assassinatos ocorreram entre 1989 e 1993.
A negligência na investigação sobre as mortes dos meninos ao longo dos anos rendeu ao Brasil e ao Estado do Maranhão um processo na OEA (Organização dos Estados Americanos). Desde abril deste ano, o governo do Maranhão paga uma pensão mensal de R$ 500 às famílias das vítimas, como parte de um acordo intermediado pela OEA.
Com Agência Folha
Especial
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Julgamento de mecânico acusado de matar crianças recomeça no MA
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Recomeçou na manhã desta terça-feira o julgamento do mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 41, acusado de ter matado Jonatham Silva Vieira, 15, em 2003. O réu também é acusado de ter matado outras 12 crianças no Pará, mas nega os crimes. Na segunda-feira (23), ele confessou ter asfixiado Jonatham. No total, Brito é suspeito de ter matado 42 meninos, 30 deles no Maranhão. O júri deve terminar na quarta-feira (25).
De acordo com o TJ (Tribunal de Justiça) do Maranhão, nesta terça, serão ouvidas as testemunhas do processo. O julgamento acontece em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís (MA).
Na segunda-feira, Brito chorou ao ser interrogado pelo juiz Márcio de Castro Brandão, e disse que, quando era criança, foi espancado "até sangrar" pela avó --com quem vivia-- e sofreu abusos sexuais por um homem chamado Carlito. Ao confessar ter matado o adolescente, Brito disse tê-lo associado ao seu suposto agressor. "Estava vendo o Carlito na minha frente."
Sobre a confissão, ainda na segunda-feira, o advogado de Brito, Erivelton Lago, afirmou que, há aproximadamente uma semana, encontrou-se com o cliente e ele reafirmou a versão do crime que consta no processo --a de que o garoto morreu após bater a cabeça em uma árvore e cair, enquanto ele e Brito apanhavam açaí.
Julgamento
O júri ocorre sob forte esquema de segurança e protestos. Familiares das vítimas e representantes de entidades de direitos humanos reivindicam a condenação do acusado.
Além de familiares de Jonatham e de outros garotos mortos, também acompanham o júri representantes do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, da Rede Amiga da Criança, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua e do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, entre outros, afirma o Tribunal de Justiça.
Vítimas
Em abril de 2004, a polícia encontrou duas ossadas enterradas na casa de Brito. O mecânico, então, disse ter matado outros meninos, de acordo com a polícia. Apesar de admitir os assassinatos, ele diz não lembrar do momento ou motivos dos crimes.
Brito responde a outros 22 processos na Justiça do Maranhão relativos à morte de 24 meninos entre 9 e 15 anos de idade, ocorridas entre 1991 e 2003 em São Luís, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Os assassinatos ocorreram entre 1989 e 1993.
A negligência na investigação sobre as mortes dos meninos ao longo dos anos rendeu ao Brasil e ao Estado do Maranhão um processo na OEA (Organização dos Estados Americanos). Desde abril deste ano, o governo do Maranhão paga uma pensão mensal de R$ 500 às famílias das vítimas, como parte de um acordo intermediado pela OEA.
Com Agência Folha
Especial
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