Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/10/2006 - 09h23

Procuradoria apura ameaça neonazista feita pela internet

Publicidade

KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

Além de pregar cartazes contra negros, judeus, nordestinos, imigrantes ilegais e homossexuais, grupos neonazistas também são investigados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por atacar um site que defende os direitos dos afrodescendentes no Brasil e por fazer ameaças de morte.

Após ver sua página invadida e tirada temporariamente do ar por hackers, supostamente ligados aos movimentos White Power (Poder Branco) e Skinhead (Cabeças Raspadas), membros da Afropress --Agência Afroétnica de Notícias (www.afropress.com)-- recebem agora ameaças de morte pelo Orkut.

As mais recentes, atribuídas a neonazistas, foram deixadas na página de relacionamentos na internet do casal de jornalistas Dojival Vieira dos Santos, 50, e Dolores Medeiros, 44, responsáveis pela Afropress, ligada à ONG ABC Sem Racismo.

"Os skinheads estão doidos para te conhecer, sabia disso? Eles estão muito interessados nessa sua ONG, principalmente nessa política de "discriminação positiva'" dizia uma mensagem colocada em 21 de setembro no Orkut de Santos. A autoria é desconhecida, pois os hackers usam identidades falsas para mandar os recados.

No dia seguinte, outra mensagem ameaçadora: "Macaco asqueroso, és tudo o que és, iremos te matar".

Alvo

Por combater e denunciar o racismo virtual às autoridades e ao Ministério Público, a Afropress ganha evidência. Assim, torna-se também alvo de ataques de grupos nazistas.

"Eles [os movimentos racistas] não se restringem a essa propaganda que aparece nas ruas. Eles agem também de forma sistemática e tentam monopolizar o controle da rede mundial de computadores. O discurso do ódio racial é sistematicamente praticado por esses grupos, seja nas ruas ou na internet", afirma Santos.

O Ministério Público Federal diz ser difícil rastrear os ataques dos hackers feitos à página da ONG e as ameaças contra os responsáveis por ela no Orkut.

"O motivo é simples: como a maioria dos agressores usa provedores internacionais, é complicado pedir a quebra do sigilo dos dados do responsável pela página. As leis estrangeiras são diferentes das brasileiras", diz o procurador Sergio Suiama.

Segundo ele, uma das alternativas para driblar isso e chegar aos responsáveis pelo conteúdo racista dos sites é interrogar aqueles que acabam presos pela polícia nas ruas.

Panfletos

Anteontem, a PM prendeu três homens na capital, supostamente ligados ao White Power São Paulo, acusados de crime de racismo por colar cartazes com críticas a programas de cotas de vagas para negros nas universidades públicas. O procurador pedirá a Polícia Federal que os ouça "para ajudar a identificar mais ativistas".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre casos de racismo
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página