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11/11/2006
-
09h19
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Menos de 3% dos controladores de tráfego aéreo do país têm o conhecimento mínimo de inglês requerido pelas novas normas da OACI (Organização de Aviação Civil Internacional), que entrarão em vigor em março de 2008.
Em 2005, a Aeronáutica fez um diagnóstico da situação e constatou que apenas 70 dos 2.683 controladores civis e militares em todo o Brasil estariam no nível 4, o patamar mínimo do novo padrão. Ou seja, 2,6% tinham a capacitação requerida para trabalhar dentro das novas normas de segurança e eficiência internacionais, que valerão também para pilotos.
No curso de formação, são 300 horas de inglês, o que mal tira o controlador do zero, segundo apurou a Folha na Divisão de Capacitação e Treinamento Profissional do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
A preparação mínima hoje é decorar a "fraseologia" --termos e frases de uso regular no controle aéreo. A preocupação dos controladores é quando sai da fraseologia.
Diálogo
No nível 4, espera-se que o controlador tenha aptidão suficiente para dialogar em situações inusitadas, com grau de fluência, vocabulário e compreensão que, apesar de erros ou lentidão, não interfiram no entendimento.
Essa deficiência ganhou peso com a possibilidade de que dificuldades de idioma possam ter contribuído para o colisão do vôo 1907 da Gol com o Legacy, que deixou 154 mortos, em 29 de setembro.
Está sendo investigada a hipótese de mal-entendido nas comunicações entre o controle aéreo de São José dos Campos (SP) e os pilotos norte-americanos sobre o plano de vôo do jato executivo.
Reforço
Segundo três controladores ouvidos durante a semana, o inglês é uma deficiência gravíssima no controle aéreo e uma reivindicação antiga e ignorada pela hierarquia militar.
A Aeronáutica sustenta que está reforçando o inglês dos controladores com cursos suplementares desde novembro de 2003, quando a OACI anunciou o novo padrão de proficiência mínima de inglês para todos os países e recomendou a transição gradual.
Controladores de Brasília afirmam que não receberam treinamento e apenas em 2007 terão aulas em escola particular de inglês.
É datada de 4 de novembro de 2006 a publicação oficial do Programa de Elevação de Nível de Língua Inglesa, da Aeronáutica, para os controladores militares e civis em 2007. Está prevista a continuação da capacitação dos 70 controladores já "aprovados" para que se tornem instrutores dos colegas --mas apenas 20 deles foram treinados até agora.
Além disso, cursos intensivos de inglês geral vão ser contratados em todo o país, com um mínimo de 120 horas/aula no ano. De acordo com a Aeronáutica, há um orçamento de R$ 2,7 milhões para essa finalidade no próximo ano, mas teme-se o contingenciamento de verbas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o controle de tráfego aéreo
Leia a cobertura completa sobre a crise no tráfego aéreo
Controladores de vôo sabem apenas "fraseologia" em inglês
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Menos de 3% dos controladores de tráfego aéreo do país têm o conhecimento mínimo de inglês requerido pelas novas normas da OACI (Organização de Aviação Civil Internacional), que entrarão em vigor em março de 2008.
Em 2005, a Aeronáutica fez um diagnóstico da situação e constatou que apenas 70 dos 2.683 controladores civis e militares em todo o Brasil estariam no nível 4, o patamar mínimo do novo padrão. Ou seja, 2,6% tinham a capacitação requerida para trabalhar dentro das novas normas de segurança e eficiência internacionais, que valerão também para pilotos.
No curso de formação, são 300 horas de inglês, o que mal tira o controlador do zero, segundo apurou a Folha na Divisão de Capacitação e Treinamento Profissional do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
A preparação mínima hoje é decorar a "fraseologia" --termos e frases de uso regular no controle aéreo. A preocupação dos controladores é quando sai da fraseologia.
Diálogo
No nível 4, espera-se que o controlador tenha aptidão suficiente para dialogar em situações inusitadas, com grau de fluência, vocabulário e compreensão que, apesar de erros ou lentidão, não interfiram no entendimento.
Essa deficiência ganhou peso com a possibilidade de que dificuldades de idioma possam ter contribuído para o colisão do vôo 1907 da Gol com o Legacy, que deixou 154 mortos, em 29 de setembro.
Está sendo investigada a hipótese de mal-entendido nas comunicações entre o controle aéreo de São José dos Campos (SP) e os pilotos norte-americanos sobre o plano de vôo do jato executivo.
Reforço
Segundo três controladores ouvidos durante a semana, o inglês é uma deficiência gravíssima no controle aéreo e uma reivindicação antiga e ignorada pela hierarquia militar.
A Aeronáutica sustenta que está reforçando o inglês dos controladores com cursos suplementares desde novembro de 2003, quando a OACI anunciou o novo padrão de proficiência mínima de inglês para todos os países e recomendou a transição gradual.
Controladores de Brasília afirmam que não receberam treinamento e apenas em 2007 terão aulas em escola particular de inglês.
É datada de 4 de novembro de 2006 a publicação oficial do Programa de Elevação de Nível de Língua Inglesa, da Aeronáutica, para os controladores militares e civis em 2007. Está prevista a continuação da capacitação dos 70 controladores já "aprovados" para que se tornem instrutores dos colegas --mas apenas 20 deles foram treinados até agora.
Além disso, cursos intensivos de inglês geral vão ser contratados em todo o país, com um mínimo de 120 horas/aula no ano. De acordo com a Aeronáutica, há um orçamento de R$ 2,7 milhões para essa finalidade no próximo ano, mas teme-se o contingenciamento de verbas.
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